Por que e como mensurar a dor?
A dor, atualmente, tem sido considerada o “quinto sinal vital” na literatura médica. Seu registro rotineiro, além de temperatura, pulsação, pressão arterial e respiração, constitui-se numa imprescindível responsabilidade clínica para minorar o sofrimento dos pacientes. O uso de escalas de mensuração de dor foi incorporado aos variados contextos clínicos, tornando-se, muitas delas, populares para os diferentes profissionais da saúde que as usam para mensurar a dor.
A sensação de dor não pode ser objetivamente determinada por instrumentos físicos que, usualmente, mensuram diretamente o peso corporal, a temperatura, a altura, a pressão arterial e a pulsação. A mensuração da dor é extremamente importante no ambiente clínico, pois se torna impossível manipular um problema desta natureza sem ter uma medida sobre a qual basear o tratamento ou a conduta terapêutica. Sem tal medida, torna-se difícil determinar se um tratamento prescrito é necessário, eficaz ou, até mesmo, quando deve ser interrompido. Com uma mensuração da dor apropriada, é possível determinar se os riscos de um dado tratamento superam os danos causados pelo problema clínico, conhecer qual é o melhor, o mais seguro, entre diferentes tipos de conduta terapêutica, e fazer um melhor acompanhamento e uma análise dos mecanismos de ação de diferentes drogas analgésicas.
Alguns métodos usados para avaliar e mensurar a dor consideram-na como uma qualidade simples, única e unidimensional que varia apenas em intensidade, mas outros a entendem como uma experiência multidimensional composta por fatores afetivos, emocionais, cognitivos e motivacionais. Os instrumentos unidimensionais são designados para quantificar apenas a intensidade da dor e têm sido usados frequentemente em hospitais e/ou clínicas para se obterem informações rápidas, não invasivas e válidas sobre a dor e a analgesia. Os instrumentos multidimensionais, por outro lado, são empregados para avaliar as diferentes dimensões da dor. Algumas escalas multidimensionais incluem indicadores fisiológicos, comportamentais, contextuais e, também, os autorregistros por parte do paciente.