Alinhando a caminhada


Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita A Casa do Caminho

24/05/2019 às 21h36

Há grande massa humana, de todos os níveis com as mais diversas ideologias e devoção de fé, que vive mergulhada nas interpretações teóricas de seus ideólogos e na dedicada memorização de seus catecismos de revelações angelicais, verbalizados em pecados, gozos e fantasias celestiais. Das utopias políticas às tradicionais ilusões religiosas, os homens a elas se prendem e se desiludem na maneira desvairada que se conduzem, movidos pelo imediatismo cotidiano.

Grandes cientistas desgastam seu brio intelectual, destilando venenos elaborados em rendilhadas palavras, causando indignação ao saber. Artistas competentes, muitas vezes, gastam seu rico talento nos desvios dos vícios ou no tédio da preguiça.

Em toda parte, vemos esbanjadores dos bens do conhecimento, da saúde, das oportunidades, do tempo… Competências conquistadas nas vidas passadas que se fazem no presente testemunho das verdades eternas, dignificando a romagem do homem planetário em nova experiência de vida sobre o Planeta Terra. São os filhos pródigos, que, ao receberem as benesses do Pai, esquecem-se dos compromissos dignificantes para esbanjar nos festins da materialidade passageira.

Assim Judas sonhou com o domínio político do Evangelho, interessado somente na forçosa transformação do mundo através da submissão das pessoas. Ao se dar conta do erro cometido, era demasiado tarde, o Divino Amigo já padecia nas mãos dos juízes materialistas e cruéis.

Noutro prisma, encontramos Maria de Magdala. Ela que, por tempos sem fim, dedicou-se aos prazeres mundanos, da alegria e vícios inconsequentes, ao ouvir a palavra do Cristo de Deus, deu-se conta dos caminhos trilhados na dor e do tempo perdido. Sob a luz da Boa Nova, Maria de Magdala reergueu-se em dedicada coragem e na força em reconstruir-se intimamente, para a marcha de elevação moral e da vida com dignidade espiritual, renunciando a si mesma no testemunho de quem mira o horizonte, pelas lentes do equilíbrio, ensinado e vivenciado pelo Cristo.

Os filhos pródigos não vivem onde somente encontra-se a fortuna. Estão em todos os campos da atividade humana, desperdiçando os talentos que lhe foram confiados e esgueirando em diversas ocupações, tendo em comum o desrespeito à Criação, ao semelhante e a vida. E por suas falhas responderão segundo as leis que a tudo regem.
E aquele que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, que ouça o sublime convite: “Levanta, toma de teu leito e anda”, disse-nos Jesus.

Erguendo-se pela certeza da bondade Divina, na confiança sustentada pela fé em Cristo, saberemos entender a consequência, ainda amarga, de nossa própria sombra dos tempos de indolência e conseguiremos realinhar os nossos passos, para trilhar os novos caminhos que, na medida do esforço desprendido, nos possibilitarão encontrar a luz que emana Daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida – Jesus, o Cristo de Deus.

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