A inteligĂȘncia humana – parte I
HĂĄ milhĂ”es – talvez bilhĂ”es – de anos que o homem existe na face da Terra. HĂĄ aqueles que acreditam que sua origem estĂĄ em AdĂŁo e Eva, outros pensam que vem da evolução das espĂ©cies traçada por Darwin. Essas sĂŁo as teorias mais conhecidas sobre o aparecimento da criatura humana no Planeta Terra. Aqui, o termo homem Ă© utilizado para se referir ao ser humano de modo geral.
Um bom dicionĂĄrio nos diz que homem Ă© qualquer indivĂduo pertencente Ă espĂ©cie animal que apresenta o maior grau de complexidade na escala evolutiva, com sua dualidade de corpo e espĂrito e virtudes e fraquezas decorrentes desse estado mortal.
E uma dessas virtudes Ă© a inteligĂȘncia. A palavra Ă© derivada do latim intus legere: ler dentro, compreender a fundo. AlĂ©m de ser uma bela palavra, vem sendo definida de muitas formas diferentes, e Ă© preciso compreender que inteligĂȘncia nĂŁo Ă© conhecimento. Nem todo indivĂduo com conhecimento Ă© inteligente e vice-versa. O conhecimento complementa a inteligĂȘncia.
Como dito em âMainstream Science on Intelligenceâ (CiĂȘncia Dominante sobre InteligĂȘncia), assinada por 52 pesquisadores em inteligĂȘncia, em 1994: â… o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensĂŁo do mundo Ă sua volta – âpegar no arâ, âpegarâ o sentido das coisas ou âperceber uma coisaâ.
E essa habilidade cognitiva pode ser de vĂĄrios tipos: lĂłgico-matemĂĄtica, linguĂstica, espacial, musical, cinemĂĄtica, intrapessoal, interpessoal, naturalista, existencial, emocional, artificial. Talvez nĂŁo tenha citado todos os tipos.
E a inteligĂȘncia humana vem, progressivamente, evoluindo desde que surgiram as primeiras ferramentas de pedra, o uso diĂĄrio do fogo, as primeiras peças para a caça e para a pesca. E isso muito antes que o gĂȘnero e a espĂ©cie humanas se tornassem o âhomo sapiensâ ou o homem sĂĄbio, que Ă© a Ășnica espĂ©cie humana sobrevivente.
E vieram a revolução cognitiva ou do conhecimento, a revolução agrĂcola com a domesticação de plantas e animais. Surgiram os primeiros assentamentos permanentes, e daĂ, os primeiros reinos. Chegaram os sistemas de escrita, e apareceu o dinheiro. Tudo devido ao aumento do conhecimento, impulsionando e fazendo evoluir a inteligĂȘncia, que agia e retroagia no crescimento do conhecimento. A evolução da inteligĂȘncia nĂŁo cessou e nĂŁo chegou ao seu limite final.
Sucederam-se impĂ©rios, vieram as religiĂ”es politeĂstas e monoteĂstas. Ascendeu o capitalismo, que trouxe lucros para poucos e misĂ©ria e escravidĂŁo para muitos.
A Revolução Industrial alterou as relaçÔes de produção de bens e as relaçÔes na sociedade, em que famĂlia e comunidade sĂŁo substituĂdas por Estado e mercado. Para combater capitalismo selvagem e totalitarismos, aparece o comunismo, que tambĂ©m se tornou totalitarista em quase todas as situaçÔes.
âA curiosidade e o desejo humanos de compreender o mundo Ă sua volta motivaram o desenvolvimento dos campos de estudos da humanidadeâ e âas interaçÔes sociais entre os humanos estabeleceram uma ampla variedade de valores, normas e rituais que fortaleceram a sociedade humanaâ (1). E penso que nem sempre fortaleceram, Ă s vezes, atĂ© enfraqueceram.
Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniÔes. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail ([email protected]) e devem ter, no måximo, 2.700 caracteres, com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.