Natal e a verdadeira felicidade
“Todas as luzes, todas as músicas, todas as festas e as ornamentações que anunciam o Natal nos falam do alegre e maravilhoso mistério da encarnação”
Montar o presépio e a árvore natalina é uma forma de oração contemplativa e um meio de evangelização (Mateus 28,19) e assim sentimos que a verdadeira fonte de felicidade é Deus, o único que pode satisfazer as aspirações humanas mais profundas! Um registro histórico quase milenar atesta que o primeiro presépio da história foi montado por São Francisco de Assis no ano 1223 no município italiano de Greccio. Posteriormente, a tradição espalhou-se pelo mundo. Todas as luzes, todas as músicas, todas as festas e as ornamentações que anunciam o Natal nos falam do alegre e maravilhoso mistério da “Encarnação”, isto é, do fato de Deus ter assumido uma natureza humana. Foi por amor que Deus revelou-se e doou-se ao homem. Em Jesus Cristo, Deus traz uma resposta definitiva às questões que o homem se faz acerca do sentido e do objetivo de sua vida.
Há quem pense que seria feliz se chegasse a possuir fortuna, fama, conhecimentos ou o amor de alguém. Mas, pensando melhor, não nos faltarão exemplos de pessoas que alcançaram tudo isso e, não obstante, não foram felizes. Como contraste, também teremos conhecido pessoas que, apesar de sua pobreza, defeitos físicos, enfermidades e dificuldades de índole vária, são felizes. Na verdade, o homem não foi criado para um destino passageiro, mas para a eternidade junto de Deus. “O homem, separado de Deus, torna-se desumano consigo mesmo e com os seus semelhantes, porque as relações bem ordenadas entre homens pressupõem relações bem ordenadas da consciência pessoal com Deus, fonte de verdade, de justiça e de amor” (Papa São João XXIII).
A salvação prometida por Jesus passa pela luta, pelas renúncias, pela cruz e não nasce da idolatria do prazer individual, tal como nos propõe a cultura hedonista e materialista que prevalece no mundo. Sabe-se o quanto a busca insaciável do prazer como ideal de vida (hedonismo) induz o homem a procurar a realização dos seus desejos nas paixões degradantes, perdendo de vista os fins superiores, entregando-se ao vício e à angústia.
Certa vez, o inesquecível Papa São João Paulo II pôde escrever assim: “Não é mal desejar uma vida melhor, mas é errado o estilo de vida que se presume ser melhor, quando ela é orientada ao ter e não ao ser, e deseja ter mais não para ser mais, mas para consumir a existência no prazer, visto como fim em si próprio. É necessário, por isso, esforçar-se por construir estilos de vida, nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom, e a comunhão com os outros homens, em ordem ao crescimento comum, sejam os elementos que determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento” (Encíclica “Centesimus annus” nº 36).
A fé cristã não é uma filosofia humana e nem uma mera opinião falível, mas um dom sobrenatural que Deus nos concede para anunciarmos e contemplarmos o verdadeiro Deus que nasce numa simples manjedoura para todos salvar, pois “sem o Criador a criatura se esvai” (Concílio Vaticano II).
Desejamos a todos um santo e abençoado Natal!