Fiscal da consciência alheia
Angela Halfeld Clark, colaboradora
Sabemos que temos que fiscalizar os passos da nossa política, da contabilidade das nossas empresas, da economia de nossas residências. Quando digo fiscal da consciência alheia, me refiro a querer violar o direito de pensar, o direito de ser um livre pensador. Vemos isso através dos clãs ou, então, quando querem provar o que é óbvio, ou seja, que não há desonestidade apesar de termos instrumentos para tal.
Quando falo de fiscal da consciência alheia, me refiro à necessidade de sermos livres de consciência e não fiscais, já que cada um de nós tem sua peculiaridade, tirando os parâmetros éticos-morais que são inquestionáveis.
Na consciência do cotidiano, verificamos pensamentos querendo estipular parâmetros e regras a serem seguidos. Ameaçados por medo e complexo de culpa, caso não sigamos as regras de determinado pensamento, anulamos os pontos de vista divergentes. Nos próprios clãs, temos os fiscais da consciência alheia, funcionando como prisões do pensamento criativo.
Nas vicissitudes da vida, temos que recriar as nossas atitudes diante da nossa existência em vez de sermos fiscais da consciência alheia.
Refiro-me aos dogmas estipulados pelas convenções sociais. A fofoca, a maledicência, o deboche. Todos são fatores que proliferam em vez de nos conhecermos. Podemos ter nosso comportamento ético-moral e mesmo assim termos liberdade de pensamento. Muitas vezes, nos deparamos com estes tipos de fiscais da consciência alheia. Incomodam este tipo de inteiração.
Não há crescimento espiritual quando temos este comportamento, pois deixamos de nos conhecer como Jesus nos ensinou.
É extremamente desconfortante quando nos deparamos com esse tipo de relacionamento. Nos sentimos avaliados, julgados, e a liberdade de agir vai por água abaixo, às vezes por menores sutis.
Temos que aprender a respeitar o nosso próximo e também a nos respeitar, pois a energia gasta na postura de fiscais faz com que não cresçamos e evita que vençamos as nossas mazelas que tanto nos atordoam.