Idolatrias, idealizações e máscaras sociais
“Não terceirizemos a nossa responsabilidade com a vida, com a sociedade e com o futuro.”
O mundo, em especial os jovens e os carentes (não necessariamente jovens), precisam entender que o modelo, o padrão, o ideal é uma busca infundável e uma clara opção utópica.
Isso se não tocarmos no tão famigerado discurso político de messias e salvadores de uma pátria em que o sistema político não permite alcançar patamares nacionais ou quiçá estaduais, com um caráter ilibado e um conduta irrepreensível.
Parem, apenas parem de idealizar salvadores da pátria, modelos de conduta, e comecemos a nos auto responsabilizar, enquanto indivíduos e sociedade, pelo destino de nossas vidas. Óbvio que estamos envolvidos em uma teia que não nos permite apenas nos isolar e dela sofremos consequências, mas a nossa parte deve ser feita pautada em princípios morais e éticos que devem sobrepor aos preconceitos e ideologias.
Sofremos diariamente com as mídias sociais nos imputando esses padrões. Contudo, relatos diários de todo tipo de mídia nos mostra que as máscaras sociais são apenas fakes, onde, na realidade, essas pessoas são apenas idealizadas pelas nossas carências de modelo e uma preocupante auto insuficiência. Mas ainda há pior, mesmo após as máscaras caindo, esses modelos e ídolos sequer perdem seguidores e apoiadores. Nem crimes são capazes de reduzir os anseios por modelos de conduta que, claramente, são midiáticas. O enriquecimento de muitos desses, per si, já faz com que sejam seguidos, adorados e tenham uma vida desejável. Mas e o que está por trás desse enriquecimento? Como diz uma música popular recente: “E fora dos stories?”.
Para os ateus e agnósticos, modelos nem deveriam existir. Para os religiosos, somente seus “Cristos” deveriam ser modelos. Contudo, o modelo cristão é ainda inatingível. Logo, devemos parar de idealizar, realizarmos uma autoanálise sincera, ainda que dura, e pensarmos uma evolução, um modelo pessoal e intransferível de evolução. Acredito que somente assim, melhorando gradualmente a nós mesmos, podemos pensar em um mundo melhor.
Não terceirizemos a nossa responsabilidade com a vida, com a sociedade e com o futuro. Que cada um carregue a sua cruz e pense em modelos, idealizações sinceras, sem máscaras sociais, reconhecendo nossas sombras e tentando ser luz para nós mesmos e aqueles que nos cercam.
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