Bem-vindo ao mundo real
De acordo com a maior fonte de pesquisas mundiais – o Google -, cidadania é “a condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe permitem participar da vida política”. Mas o exercício cidadão está muito longe desta definição.
Nos últimos anos, o grau de dependência da população em relação ao Estado aumentou muito. Devido a vários fatores que perpassam as conjunturas políticas e econômicas, ficamos à deriva, sem saber de onde virá salvação. Mais preocupante se torna o assunto às vésperas de uma das eleições mais importantes da história brasileira. Ficamos sentados acreditando que o “voto” será capaz de mudar esse cenário. Existem campanhas em TVs, rádios e mídias sociais com aquele velho bordão: “Somente o seu voto é capaz de mudar o Brasil”. Caro leitor, sou capaz de afirmar a você com a mais pura convicção: não vai, não!
Se no dia das eleições você se levantar, for ao colégio eleitoral, digitar o número de seu candidato (seja ele qual for), apertar a tecla “confirma”, voltar para casa e continuar sentado, então, melhor nem sair. E é justamente esse processo que a esmagadora maioria dos brasileiros faz. Ficam sentados esperando que o político A ou B resolva os problemas do país. Mais ainda, que resolvam nossos problemas particulares. Meus caros, saibam que, para presidente da República, eu e você não estaremos votando em uma única pessoa. Junto com esse político eleito vem um pacote imenso. Vêm vice-presidente e mais 29 outras pessoas que ocuparão cargos de ministros e secretários. E eles nunca aparecem no rol de campanha ou plano de governo para que eu e você saibamos quem serão os gestores da saúde, da educação, da economia, etc.
Com os governadores não é diferente. Além do vice, mais 21 secretários. É, meu nobre amigo, o pacote é bem maior do que você imaginava, não é? E saiba que, por mais bem-intencionado e ilibado que seja o seu candidato a presidente e a governador, qualquer um do “pacote” que for incompetente ou irresponsável em sua respectiva pasta afetará a sua vida, a minha, a daqueles que não votaram neles e ainda a do que sequer entendem de política, como nossas crianças.
Por isso, caro leitor, cidadania é o completo exercício de suas responsabilidades. Se fizer esse exercício de forma plena, procurando estudar seu candidato através de planos de governo, composição de ministérios e secretarias, conhecendo se são pessoas realmente competentes, sem se deixar levar por promessas milagrosas, seus direitos virão a seu favor com muito menos esforço. Agora, pare de reclamar e comece a agir. Fiscalize seus candidatos. Participe das decisões nas câmaras municipais, mobilize sua comunidade em prol de políticas públicas e esqueça essa briga partidária. O poder está no povo. Em mim e em você. E somos responsáveis por ele.
Bem-vindo ao mundo real.