Dez minutos contra a dengue


Por OLEG ABRAMOV, SUPERINTENDENTE REGIONAL DE SAÚDE

10/01/2016 às 07h00

Estamos no período epidêmico da dengue. Temperatura elevada, associada à alta umidade, favorece a infestação do mosquito Aedes aegypti, que, além da dengue, pode transmitir chikungunya e zika vírus. A forma de prevenir as três doenças é combater a reprodução do mosquito. Seus ovos são depositados em água parada e limpa, portanto, qualquer recipiente exposto que acumule água torna-se um criadouro em potencial. Pesquisas recentes apontam que 80% dos focos estão concentrados nos domicílios, ou seja, dentro das nossas casas, nos terraços, varandas, quintais e mesmo no interior dos imóveis. Consequentemente, não é responsabilidade exclusiva do Poder Público enfrentar o problema, cabe a cada indivíduo assumir seu papel.

O Governo de Minas Gerais constituiu um comando estadual para coordenar suas operações, e, mesmo em meio à crise, estão sendo realizados aportes financeiros extras para os municípios se reequiparem e adequarem seus recursos humanos. Por orientação do Ministério da Saúde, os agentes comunitários de saúde serão integrados à luta contra o mosquito transmissor, passando a reforçar o trabalho dos agentes de combate a endemias. Para janeiro e fevereiro, a meta é que, em cada município mineiro, as duas equipes, agindo de maneira integrada, realizem duas visitas a todos os domicílios. Estas e outras ações estão sendo efetivadas pelo Poder Público, mas nada disso terá o efeito esperado se a população não se envolver efetivamente nesta batalha.

Em 2015, a Secretaria de Estado de Saúde lançou a campanha “Dez minutos contra a dengue”. Tal campanha consiste em conscientizar a população que, para afastar o risco de epidemia, bastam dez minutos semanais dedicados a eliminar possíveis focos do mosquito. Ao contrário do que pode parecer, não se trata de mera peça publicitária, mas de uma estratégia efetiva que se baseia em evidências científicas. Especialistas do Instituto Oswaldo Cruz desenvolveram o conceito com base na observação dos resultados alcançados pelo Governo de Cingapura, que foi capaz de interromper uma epidemia em meados da década passada utilizando este método.

É uma verdade cientificamente comprovada: dez minutos semanais fazem toda diferença! Se cada indivíduo dedicar este reduzido espaço de tempo para vistoriar sua própria residência, nos espaços interno e externo, escola e ambiente de trabalho, é possível alcançar uma efetiva redução no risco de infestação e, consequentemente, evitar mortes e outros males que estão associados às doenças transmitidas pelo “mosquito da dengue”, tais como microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.

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