Hora de ser visto
Com o início da propaganda eleitoral, candidatos têm a oportunidade de mostrar suas metas, mas é certo que nem todos terão espaço para se apresentarem
Menor do que em outros pleitos, começa nesta sexta-feira a propaganda gratuita no rádio e na televisão. Os candidatos terão pouco mais de um mês para convencer os eleitores, o que vai exigir deles muito esforço, não apenas diante dos muitos problemas que o país enfrenta em todas as instâncias, mas também pela desidratação de programas. Nas entrevistas concedidas a vários órgãos de comunicação, especialmente o Jornal Nacional, no qual os jornalistas mais parecem inquisidores do que entrevistadores, os políticos têm ficado mal na fita. As promessas ou são inviáveis ou não têm fundamento, como se o eleitor, por menos informado que seja, fosse um alvo fácil de seu proselitismo.
A propaganda nos meios de comunicação eletrônicos tem o agravante de não contar com o contraditório. Os políticos falam o que querem e ainda usam da maquiagem dos marqueteiros para se mostrarem ao eleitor. No entanto, com o advento das redes sociais, falar sem explicar já não é mais tão simples. Se não há confronto nos programas, a repercussão nas ruas ocorre em tempo real.
Nem todos terão tempo para se apresentarem adequadamente. Ao contrário dos embates, em que é fundamental a distribuição equânime do tempo, vale o tamanho da representação política no Congresso para definir o espaço das coligações. É por isso que o tucano Geraldo Alckmin, seguido do petista Lula ou de Fernando Haddad, terá mais tempo para se apresentar. Os demais terão que usar outros meios se quiserem ter uma mínima visibilidade. É do jogo, daí a razão de os partidos investirem seus recursos nas candidaturas de deputado federal, pois é o tamanho da bancada que define não apenas a propaganda eleitoral, mas também o repasse dos recursos. Nessa, os deputados estaduais ficam a ver navios.