Dia da democracia

Num cenário de polarização extrema, os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) se enfrentam nas urnas deste domingo histórico, quando será eleito o futuro presidente do Brasil. De novo, caberá ao povo decidir o seu destino diante de duas propostas distintas, que permearam o debate político nos últimos meses, especialmente em outubro, a partir da definição dos finalistas para o segundo turno.

Como é próprio de campanhas eleitorais, houve erros e acertos de ambos os lados, mas o fundamental foi a mobilização da sociedade que, em vez de se omitir, apresentou-se para a discussão. Houve exageros, é fato, mas nada que comprometa a democracia a ponto de se indicar para um impasse. Ao contrário, durante todo esse período, as instituições se mantiveram em plena atividade, e o debate, mesmo com tons acima da média, se apresentou para o eleitor. Agora é o dia da definição.

O ponto fundamental da democracia é a livre manifestação do cidadão e o direito de escolher o seu representante. Quanto a este, fechadas as urnas, definido o resultado, passa a ser o presidente de um só povo. Por isso, seja Bolsonaro, seja Haddad, o que se espera, já a partir desta segunda-feira, é um compromisso com o futuro, buscando na conciliação o vetor para o exercício do mandato.

Manter o país dividido é o que menos se espera de um dirigente com tantos compromissos. O país passa por um momento grave, sobretudo na economia, que continua patinando a despeito das ações tomadas pela atual gestão. Os números mostram isso, bastando ver o contingente de desempregados e a falta de perspectiva para o setor produtivo, que a cada dia encontra novos empecilhos, como excesso de tributos, que inibem investimentos.

A eleição é a consumação de um período de discussão do país. A partir dela, é ir adiante, na busca de consecução dos projetos apresentados pelo vencedor, mas que devem, necessariamente, ser uma ação em torno de todos.