Hora de aparecer

Propaganda no rádio e na televisão, que começa no dia 31, será estratégica para os candidatos que estão distantes dos líderes das pesquisas eleitorais


Por Tribuna

24/08/2018 às 07h00

O tempo de propaganda dos candidatos numa campanha de tiro curto, como a deste ano, tornou-se estratégico, uma vez que, sem o financiamento empresarial e tendo apenas um mês para chegar ao eleitor, os políticos vão apostar todas as suas fichas na TV, sobretudo aqueles que estão na casa de um dígito, bem atrás dos favoritos. Mas, para esses horários, há uma tática própria. Como os políticos andam em baixa, a saída plausível para surpreender o eleitor não são os dois programas diários cedidos pela Justiça Eleitoral. Estes, quando entram no ar, geralmente encontram aparelhos desligados, ao contrário das inserções embutidas no meio da programação. Estas, sim, é que deverão ser exploradas. Por isso, candidatos com pouco tempo terão mais dificuldades para se apresentar.

E é por conta desse espaço, a ser aberto a partir do dia 31 de agosto, que as pesquisas podem sofrer alterações. Até então, os números estão voltados mais para o passado do que para o futuro, retratando, em algumas situações, um quadro irreal da preferência das ruas. A propaganda tem, ainda, o reforço dos debates, que acabam sendo a via mais adequada para os candidatos sem tempo no rádio e na televisão. As recentes avaliações ainda não captaram os reflexos dos embates, mas, já em meados de setembro, será possível detectar um novo cenário. Até lá, a Justiça Eleitoral, provavelmente, já terá também se manifestado no caso do ex-presidente Lula, candidato inscrito pelo Partido dos Trabalhadores, mas sob o risco de ser barrado pela Lei da Ficha Limpa.

Aliás, salvo Jair Bolsonaro, os demais candidatos contam com esse novo cenário para tentar chegar ao segundo turno. O candidato do PSL passa a liderar enquanto os demais estarão embolados na corrida pela segunda vaga. O petista Fernando Haddad conta com a transferência dos votos lulistas e com a propaganda para se fazer conhecido. Já o tucano Geraldo Alckmin, dono do maior tempo de propaganda, tenta sair da casa de um dígito para entrar no jogo. Setembro promete.

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