Combate à falsidade

TSE tem que agir para impedir o uso abusivo das fake news, que não são uma simples brincadeira, e sim ações deliberadas de quem tem interesses


Por Tribuna

23/10/2018 às 07h00

A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, durante entrevista coletiva para elucidar dúvidas e reduzir a pressão sobre o TSE, disse que ainda não se descobriu “milagre” para evitar a disseminação de informações falsas, aludindo ao uso abusivo das fake news, que no Brasil tiveram o WhatsApp como seu principal território. Revelou, ainda, que 469 inquéritos foram abertos para apurar notícias falsas e compra de votos, especialmente no dia das eleições do primeiro turno.

A ministra tem razão, em parte, quando diz que combater as notícias falsas não é uma tarefa simples. Até mesmo em países com aparelhos de investigação mais avançados, como os Estados Unidos, o tema está aberto, não se sabendo, por exemplo, qual a extensão da ação dos russos na eleição que deu a vitória a Donald Trump. O Brexit, processo de separação da Inglaterra da União Europeia, também passou por situação semelhante.

Mas se não dá para fazer milagre é possível fazer alguma coisa, como correr atrás dos financiadores de notícias falsas, diga-se de passagem, de ambos os lados na reta final da sucessão presidencial e nos estados. Há o velho ditado “siga o dinheiro”, pois é a melhor forma de se elucidar crimes, e nesse caso não há diferenças.

O ministro do Gabinete Institucional da Presidência da República, general Sérgio Etchegoyen, afirmou que notícias falsas “talvez sejam o menor dos problemas para as eleições” e citou ate a Bíblia como primeiro espaço de sua propagação. “Adão e Eva foram expulsos do Paraíso por uma fake news”, destacou.

Alusões à parte, a notícia falsa é danosa sob todos os aspectos, e não apenas no cenário eleitoral, daí a necessidade de combatê-la da melhor maneira possível, pois se hoje pode estar sendo a arma dos políticos o que dirá de seus danos na economia com possíveis informações. O mercado é sensível, e uma ação dessa, sobretudo as deliberadas, e com financiamento, pode jogar a economia no buraco.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.