Segurança em foco
Município deve aproveitar as ações do Governo federal na segurança pública e buscar recursos para implementação dos trabalhos da Guarda Municipal e dos agentes de trânsito
A ida do secretário de Segurança Urbana e Cidadania, José Sóter Figueirôa, a Brasília, na tentativa de buscar recursos para implementação dos serviços, é um dado relevante, sobretudo num momento em que a prefeitura, como as demais, vive um período crítico de suas finanças ante o cenário que também atinge as demais instâncias de poder. A Guarda carece de efetivo, especialmente por conta de suas ações, as quais não se esgotam no patrulhamento de espaços públicos. Os postos de saúde também por ela s ão resguardados, o que, no final das contas, consome todo o efetivo, embora haja outras demandas. Não raro, há o discurso de mais pessoal para dar suporte a outras ações próprias da Polícia Militar, mas o custeio da Guarda não permite tais ousadias.
Em razão disso, a participação do presidente da Comissão de Segurança da Câmara, sargento Mello Casal, no mesmo encontro de Brasília é estratégica para incorporar o Legislativo nessa discussão. A Guarda Municipal foi um projeto concebido em grande escala, capaz de suprir espaços deixados pela guarda formal do estado, também carente de investimentos. No entanto, o modelo ideal não combina com a capacidade de financiamento. Prefeitura e Câmara precisam discutir juntas, em parceria com outros organismos, medidas de provimento e de ação da organiza ção. Para tanto, o Encontro Municipal de Segurança, previsto para o segundo semestre, pode jogar luzes nessa questão, sobretudo se contar com a participação de especialistas e agentes de outras praças nas quais o projeto já está consolidado.
Cidades do porte de Belo Horizonte podem ser referência para o município, se respeitadas as devidas proporções. Num momento em que a segurança pública é pauta prioritária dos organismos do Estado, bastando ver o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, ora no Congresso, trazer a discussão para o foro local também faz parte da estratégia de otimização do serviço na cidade. Acrescente-se, também, os agentes de trânsito, que vivem o mesmo impasse de efetivo e custeio. Tê-los com mais efetividade em vários pontos da cidade; um dado importante, principalmente nos horários de pico.