CASCAS DE BANANA
O presidente em exercício Michel Temer parece ser o tipo de personagem que, mesmo vendo a casca de banana, dispõe-se a pisá-la. Se não for isso, não há explicação para os impasses que estão sendo criados em sua gestão, a despeito de tantos e maiores problemas que precisam ser atacados. A extinção do Ministério da Cultura foi um passo atrás, pois nem tanta economia gera, como advertiu o presidente do Senado, Renan Calheiros. Nessa bola dividida, o chefe do Governo corre o risco de perder a opinião pública, algo que precisa com urgência para levar suas metas adiante. O recuo, definido no sábado, aponta para um lado titubeante que não pode prevalecer. O Planalto deve emitir medida provisória recriando o que não era para ser extinto.
Vale o mesmo para a ausência de mulheres em seu Governo. De fato, a competência é que deve pautar a escolha, mas é impossível admitir que no universo político não haja alguma que preencha os parâmetros do presidente. Confrontado, tentou resolver o problema no apagar das luzes e, ante recusas, acabou gerando novos desgastes. O argumento de terem sido os partidos patronos das indicações sai pior do que o soneto, pois aponta, de novo, para o velho modelo de gestão pautado pela força dos aliados, como ocorreu com os seus antecessores.
Temer não precisa jogar para a arquibancada. Para um político que está na estrada há várias décadas, é importante acompanhar a movimentação das ruas. A presidente Dilma foi afastada não por conta das pedaladas, mas por ignorar o sentimento popular que cobrava mudanças na política econômica e exigia uma gestão capacitada para levar o país adiante.