Além das adversidades do dia a dia, com revelações sistemáticas de fatos ilícitos, o juiz-forano se defronta com um novo problema: a ação de golpistas nos hospitais. Aproveitando-se da fragilidade das famílias, em função do momento, praticam extorsão com promessas de solução para tratamentos urgentes. Os hospitais já detectaram várias ocorrências e tomam providências, mas é preciso, também, conscientizar os usuários do sistema para esses riscos. Quem vende facilidades nem sempre está bem-intencionado, por isso a atenção deve ser redobrada. Ademais, é recomendável seguir a máxima de que esmola demais é passível de desconfiança.
Em sã consciência, é inconcebível admitir que alguém utilize a doença de terceiros em proveito próprio, mas é possível imaginar quando se avalia outras circunstâncias. Quem age dessa maneira tem o mesmo desvio daqueles que falsificam medicamentos sem medir as consequências do gesto. Daí ser fundamental a ação da polícia, que já investiga os casos para cortar essa corrente de ilícitos. Os conselhos de medicina também devem ser alertados, pois, em diversas ocorrências, os autores se apresentam como profissionais. Em um dos casos relatados pela Tribuna, o autor, ao ser indagado pelo seu CRM, desligou o telefone.
Nos tempos atuais, com as informações migrando em tempo real, é necessário utilizar a tecnologia para impedir esses golpes. Quem se sentir ameaçado deve informar aos hospitais e até mesmo à polícia, para facilitar a identificação dos autores. A cada dia, para surpresa coletiva, os bandidos criam novos fatos e novidades em proveito próprio, com uma criatividade que, se desviada para o bem, teria melhor resultado. Mas o mundo real não é assim.