Futuro incerto
Investimentos em Juiz de Fora dependem do Estado, que vive uma das maiores crises econômicas das últimas décadas
Dois importantes empreendimentos estão com sua implantação em Juiz de Fora atrasada pela falta de acesso à BR-040, a principal rodovia federal que corta a cidade e que servirá de escoamento da produção tanto da M. Dias Branco — a maior produtora de massas do país — quanto do Centro de Distribuição da Fiat, cujo terreno já está disponível, mas tem o inconveniente de não chegar, como devia, à rodovia. No primeiro caso, a bola está com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER), que ficou com a responsabilidade de construir o acesso. O governador Fernando Pimentel deu essa garantia a lideranças políticas e empresariais da cidade, mas, por enquanto, a obra está no papel.
O risco desses adiamentos é o custo do projeto, que fica cada vez mais caro. As empresas fazem uma projeção de prazos e gastos e, quando há impasses no processo, costumam, até, desistir do empreendimento. Ouvidas pela Tribuna, ambas evitaram admitir essa possibilidade, destacando que tudo está na dependência da obra. Mas é necessário considerar que as garantias ficam cada vez mais frágeis quando a contrapartida não é executada.
Como se trata de ano eleitoral, essa é mais uma demanda para a expressiva bancada de deputados por Juiz de Fora na Assembleia, alguns deles da base do Governo. Eles têm que pressionar o DEER, indicando à burocracia que são dois projetos de vital importância para a Zona da Mata, não apenas em razão do número de empregos, mas pelos dividendos que irão gerar, alguns deles em benefício do próprio estado.
Ninguém desconhece a situação crítica da economia mineira, mas o departamento tem que definir prioridades, e essa é uma delas, pois não faz sentido abrir mão de uma oportunidade única de desenvolvimento por inação dos órgãos responsáveis pelo incremento da economia. O Estado é um deles.