Gestos de intolerância

Pichações nos banheiros da UFJF indicam para a necessidade de se apurarem os responsáveis e de abrir espaço para a discussão das ações que viraram rotina pelo país afora


Por Tribuna

19/10/2018 às 07h00- Atualizada 19/10/2018 às 07h17

As pichações nos banheiros da UFJF, como mostrou a Tribuna na edição dessa quinta-feira, indicam a quantas andam as ações de intolerância que permeiam a rotina das ruas nos últimos tempos. As citações de morte aos gays são um claro sinal de que é preciso ampliar a discussão, pois não faz sentido tal afirmação, sobretudo nos tempos de hoje em que a diversidade deixou de ser um conceito e tornou-se uma realidade. Ademais, num espaço próprio para disseminar o conhecimento, tal manifestação soa como um contrassenso. O saber desperta, amplia a tolerância e aponta que todos têm o livre direito de pensar e de agir.

O enfrentamento para tais atitudes se faz pela educação, de novo a porta de entrada para mudança de atitudes. Uma sociedade desinformada é alvo fácil para medidas extremas que se somam a preconceitos endógenos que afloram em tais momentos.

É necessário buscar os responsáveis, a fim de mostrar-lhes que o direito de opinião não se coaduna com o preconceito, sobretudo quando este se apresenta com citações que implicam violência.

De certa forma, tais atitudes reverberam o clima de enfrentamento que tem marcado a campanha política, mas o país precisa ficar atento para o seu próprio futuro. Fechadas as urnas, definidos os resultados e empossados os eleitos, todos estarão sob o mesmo manto, o que implica convivência, e não dissensões.

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