Futuro planejado

Consolidação da Avenida Deusdedit Salgado deve ser feita com projeções de longo prazo para evitar problemas irreversíveis no futuro


Por Tribuna

18/06/2019 às 06h44

Considerada a nova rota do crescimento de Juiz de Fora, a Avenida Deusdedit Salgado é, ao mesmo tempo, um desafio e um projeto de relevante importância para a cidade. Desafio por exigir das autoridades a elaboração de políticas de ocupação adequadas aos modelos mais modernos, nas quais a mobilidade seja uma das prioridades, e o ordenamento urbano, fundamental. Porta de entrada da cidade, sua ocupação deve ser implementada com o olhar voltado para o futuro, a fim de evitar consequências que, mais tarde, tornam-se irreversíveis.

As metrópoles, de um modo geral, enfrentam uma série de problemas que poderiam ter sido resolvidos se lá atrás a discussão tivesse sido feita com projeções. Quando remodelou a Avenida Rio Branco, em 1982, o então prefeito Mello Reis avisou que se tratava de um projeto de 30 anos e que, a partir desse período, deveria ser repensado. Pouco foi feito, e o Centro enfrenta grandes gargalos, especialmente no horário de pico.

O mesmo raciocínio se impôs na Cidade Alta. Projetada basicamente no mesmo período, tinha como base uma via de acesso que passava pelo Bairro Borboleta, enveredava-se pela região atual do Vale do Ipê e chegava à Avenida Rui Barbosa, numa ligação que envolvia não apenas a Avenida Brasil, mas até mesmo o acesso à região de Grama. Pouco se fez, e o Vale do Ipê tornou-se um entrave irreversível. Como resultado, o acesso, configurado na BR-440, será em meia perna.

A Avenida Deusdedit Salgado já é um projeto consolidado, com pista dupla em ambos os sentidos e próxima à BR-040. Sua ocupação, como mostram os estudos, deve ser ordenada, a fim de garantir aos ocupantes a mobilidade necessária, que implica, inclusive, no transporte público para acolher a demanda. Ademais, serão necessárias discussões sobre suas margens, hoje pontos de estacionamento ante a falta de espaços para, especialmente, os funcionários das empresas ali instaladas.

O aproveitamento da via, de fato, é importante e deve ser incentivado, valendo o mesmo para outras regiões, desde que o planejamento seja a palavra de ordem. Assim, todos ganham.

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