Patrimônio em risco

Garantir a segurança de espaços públicos é importante para a população e para a própria história da cidade, a fim de evitar tragédias como o incêndio que destruiu o Museu Nacional


Por Tribuna

17/08/2019 às 06h52

O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) tornou-se um tema recorrente, sobretudo na construção civil e no patrimônio histórico das cidades. O primeiro, em decorrência das exigências para as edificações, cujo alvo é a segurança dos usuários. No segundo caso, o ponto de referência é o próprio imóvel, a fim de garantir a sua perenidade. Juiz de Fora, embora seja relativamente nova, acumula vários espaços tombados que carecem dessa proteção. E nem sempre as demandas são em torno do risco de incêndio. Recentemente, a universidade, que tem a guarda do Cine-Theatro Central, foi instada a colocar uma pequena guarda no segundo andar. A obra já foi feita, mas o local ainda não está liberado.

Pesa nesse aspecto o efetivo da corporação. Embora seja sede de um batalhão, o contingente é aquém das demandas, exigindo esforço redobrado. Essa realidade, porém, não é exclusiva da cidade. Num cenário de crise econômica, a maioria das corporações atua com números defasados. O treinamento dos policiais aprovados em concurso está suspenso até segunda ordem por conta da falta de recursos. Nos bombeiros não é diferente. Ao mesmo tempo, o serviço só cresce.

Por outro lado, é necessário que os órgãos colocados sob averiguação façam a sua parte. Como a Tribuna apontou na edição desta sexta-feira, as recomendações para adoção do AVCB não foram cumpridas, sendo suspensas sem uma justificativa formal. Dessa forma, foram feitos projetos, mas as correções ficaram no meio do caminho.

A estes impasses sempre é necessário somar a imagem do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído pelas chamas no ano passado. Tais cenas percorreram o mundo, causaram comoção e deveriam ser referência para a proteção dos bens tombados, especialmente os sob domínio do Poder Público. Tanto a Câmara quanto o prédio que ora abriga a Fundação Cultural Ferreira Lage são imóveis caros para a história da cidade, por representarem um importante período desses 159 anos de emancipação.

Esses, no entanto, não são os únicos. O jornal também já revelou situações preocupantes em outros locais que carecem de averiguação e adoção de políticas de proteção.

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