É A ECONOMIA
A economia será o principal desafio do presidente em exercício Michel Temer. Foi ela, após deteriorar-se e produzir um dos mais expressivos contingentes de desempregados, que levou o povo às ruas em 2013. Da mesma forma, induziu ao impasse político que culminou com o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A despeito de outros vícios, e não são poucos, essa é a questão central a ser resolvida e está nas mãos do ministro Henrique Meirelles, o mesmo que Lula sugeriu a Dilma e ela não aceitou para conduzir a Fazenda.
As demais agendas são importantes, mas não sofreram solução de continuidade, como a Operação Lava Jato. Ao contrário, o novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, embora sugira novas regras para indicação do Procurador Geral da República e diga que o Ministério Público não é poder absoluto – fato já refutado pelo próprio presidente -, apoia as investigações. A corrupção não pode sair do foco, pois sua vigília deve ser permanente e não restrita ao momento.
A semana cria expectativas também em torno de um tema difícil, mas cuja discussão se faz necessária: a Previdência Social. Não houve, até hoje, quem pusesse mão na massa e discutisse a questão a fundo, e os que ousaram tiveram que recuar, como a própria presidente Dilma, questionada por sua própria base. O presidente interino começou, ontem, a conversar com as centrais sindicais para debater a reforma, que, no primeiro momento, não foi bem recebida.
Os sindicalistas, e aí com razão, temem os reflexos no atual mercado, mas o dano maior, se nada for feito, será para a geração que só agora começa a contribuir, pois corre o risco de não ter os mesmos benefícios ante a falência deste modelo. E, de novo, volta à pauta a resposta do marqueteiro James Carville ao então candidato Bill Clinton sobre qual seria o principal tema de campanha: “é a economia, estúpido”.