NOVA ESTRATÉGIA
O ex-presidente Lula já deu a senha: o foco agora são as eleições locais, pois, no seu entendimento, é o caminho mais adequado para o PT retomar seu discurso. Mas não é só o PT. Os demais partidos vão seguir a mesma trilha, pois o embate local será estratégico para as principais legendas ante um cenário em que, paralelamente, estará correndo o processo de impeachment da presidente da República. Mesmo que ele não se prolongue até outubro, deve ultrapassar o primeiro semestre do ano por conta dos trâmites estabelecidos pela legislação.
Embora tenha características próprias, o pleito municipal será o grande teste para se saber como as ruas avaliaram as ações de Brasília. Os próprios envolvidos, principalmente da oposição, vão nacionalizar o pleito. Enquanto o PT deve reforçar o discurso da eficiência que começou no comando de prefeituras, seus adversários vão insistir na sua desconstrução, apontando os danos econômicos que a gestão Dilma provocou, sobretudo no segundo mandato. E é nesse contexto que o eleitor será chamado a opinar.
Mas os partidos precisam ser avisados de que a pauta nacional não será suficiente para o proselitismo eleitoral. O eleitor, quando se trata de prefeituras e câmaras, volta seus interesses para o próprio umbigo, querendo saber o que se pretende fazer por sua rua ou por seu bairro, como irá funcionar a saúde e em que situação ficará a segurança. A nacionalização, pois, é um detalhe, mas não o principal.