Demandas da cidade
Acordo com a MRS no processo de renovação de sua concessão é fundamental para implementação de projetos estratégicos da cidade
A Comissão de Urbanismo da Câmara Municipal concluiu o relatório, já encaminhado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com as demandas que considera importantes para serem colocadas à mesa de negociações, em que será discutida a renovação da concessão da linha férrea que corta Juiz de Fora, sob controle da MRS. As propostas vão da mobilidade urbana, com a defesa de construção de viadutos e trincheiras, à infraestrutura, especialmente na recuperação de pontos com sérios problemas, inclusive de escoamento de água.
A Prefeitura também já encaminhou os seus pleitos – muitos deles com maior detalhamento técnico – na expectativa de ações importantes da concessionária para a cidade. Juiz de Fora é uma das com maior extensão de uso dos trilhos pela empresa, o que, em tese, implica, também, mais benefícios. Tudo, no entanto, vai ser resolvido na ANTT, mas nada impede que o poder político fique atento às conversações.
A empresa, é fato, já atua em várias questões em torno do município, mas espera-se que boa parte dos recursos a serem destinados para Minas Gerais, algo em torno de R$ 2 bilhões, de acordo com as especulações, venha para Juiz de Fora. A cidade, com cerca de 600 mil habitantes, tem sérios problemas de mobilidade, muitos deles reforçados pela passagem do trem.
A construção de viadutos ou trincheiras é uma discussão de interesse mútuo. Da parte do município, pela importância de tais empreendimentos para a vida da cidade; da parte da concessionária, pela possibilidade de acelerar os trens sem o risco permanente de atropelamentos. A despeito de todos os cuidados, Juiz de Fora tem números preocupantes. Para tanto, além de mudança de perfil das passagens de nível, isolar a linha – como ocorre em países europeus – é outra medida necessária.
Mesmo a companhia não endossando todas as propostas, a participação em grau de parceria com o município já é um avanço. Há tempos, a mobilidade tornou-se uma agenda necessária nos governos, sobretudo quando se discute a qualidade de vida da população. Todos, certamente, têm a ganhar com um bom acordo.