Áreas de risco
Período das chuvas se aproxima, e a cidade ainda tem áreas de riscos ocupadas pela população, sobretudo na periferia
Situada entre colinas, Juiz de Fora tem uma topografia propícia a problemas, o que faz dela uma das regiões mais preocupantes nos levantamentos geográficos quando se trata, especialmente, da ocupação das encostas. Uma parcela expressiva da população mora em áreas de risco, como aponta levantamento elaborado pela Defesa Civil em parceria com o Corpo de Bombeiros e com a UFJF. São 90 áreas dentro das quais foram identificados 299 pontos de risco. Em Minas, somente a região de Ribeirão das Neves está com dados mais elevados. Lá, no entanto, o problema são as inundações, que afetam mais de 50% da população.
Com o período das chuvas prestes a começar, a preocupação se acentua, pois, a despeito de todos os mapeamentos e ações realizados pela Defesa Civil, o número de moradores em tais regiões continua em curva crescente, por não encontrar meios de residir em áreas mais adequadas. A crise econômica empurra essa população para setores degradados sem que os riscos sejam levados em conta. Daí, como ocorre todos os anos, a necessidade de campanhas de alerta para que, sobretudo, esses segmentos tomem medidas de precaução.
Todos os anos, a cidade registra deslizamentos, alguns deles com resultados trágicos, sem que a população, mesmo diante de tais ocorrências, mude de atitude. O número de construções irregulares ainda é alto, o que se soma ao modelo de vida adotado, sem qualquer preocupação com o descarte de lixo – quando não há recolhimento -, criando novas condições de risco. A Defesa Civil tem sido pródiga em advertir para tal prática, valendo o mesmo para os Bombeiros, que vira e mexe chamam a atenção para o problema.
A solução é um drama para as prefeituras, cujas verbas são cada vez mais escassas. Em Juiz de Fora, nos últimos anos, foram feitos fortes investimentos que culminaram com obras no Bairro Santa Teresa e na Rua Olga Burnier, mas ainda há um passivo a ser superado que depende de repasses oficiais. E é aí que o jogo embola, pois tanto o Estado quanto a União têm sérias dificuldades em cumprir a sua parte. Com isso, a solução se atrasa, e os problemas se agravam.