FAMA EFÊMERA


Por Tribuna

11/05/2016 às 07h00- Atualizada 11/05/2016 às 08h36

A decisão do deputado Waldir Maranhão de revogar o ato em que anulou o processo de impeachment da presidente Dilma era uma ação esperada, pois o que se viu na véspera não passou de uma ópera de mau gosto, mas de consequências críticas para o país. Ontem, antes de tomarem conhecimento do recuo do presidente da Câmara, diversos movimentos foram às ruas, bloqueando ruas e avenidas em solidariedade ao gesto. No Congresso, parlamentares, estupefatos, tentavam entender o que aconteceu.

Desconhecido até a madrugada de segunda-feira, Waldir Maranhão queria um momento de notoriedade. Conseguiu, mas não do modo como esperava, ficando na porta dos fundos da história. A simples decisão de agir monocraticamente contra uma resolução de plenário já apontava para a efemeridade da medida, mas os danos poderiam ser mais graves não fosse a ação do senador Renan Calheiros de tocar as sessões do Senado à revelia do que aconteceu na Casa ao lado.

A Câmara tem produzido personagens desse naipe por conta da falta de lideranças que se explicita no cenário nacional. Como ele, Severino Cavalcanti também arranhou a imagem da instituição e teve que pedir para sair depois de se envolver num escândalo menor, se comparado com os de hoje, mas suficiente para apontar sua incapacidade para dirigir um parlamento. Waldir Cavalcanti só está no cargo por acordo de partidos, mas até sua legenda reconheceu que ele saiu da linha.

Hoje, já sem os riscos do “maranhaço”, o Senado analisa em plenário o relatório do senador Antônio Anastasia. Seja qual for o resultado, o fundamental é ir adiante, pois não dá mais para se perder em artifícios protelatórios quando todos esperam uma decisão.

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