Armas nas ruas

Recolhimento de armamento é uma estratégia que reflete em outros crimes, especialmente nos considerados tentados ou consumados contra a vida


Por Tribuna

10/11/2018 às 07h00

A retirada de cerca de mil armas das ruas de Juiz de Fora, resultado de ações da Polícia Militar, é um golpe importante no crime organizado – às vezes nem tão organizado assim -, pois implica diretamente a redução do número de crimes tentados ou consumados contra a vida, como os próprios dados apresentam. O professor André Gaio, da Universidade Federal de Juiz de Fora, há anos vem apontando essa relação e destaca que o aumento expressivo de homicídios na cidade, experimentado nos últimos cinco anos, tem relação direta com o desaparecimento de mais de duas mil armas numa unidade do Exército.

Suas observações reforçam a importância do trabalho da Polícia Militar e da necessidade de manter essas ações. Mas é fato que aqui é apenas uma das pontas do problema, sendo fundamental o enfrentamento ao centro da questão. O tráfico de armas é uma realidade e carece de combate efetivo especialmente nas fronteiras. Para tanto, o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, seguindo as recomendações do presidente eleito, Jair Bolsonaro, deve dar prioridade a essa questão.

A União, a quem cabe esse trabalho, tem pecado ao curso dos últimos anos, tirando a prioridade de tais medidas a despeito de sua importância. O futuro Governo tem dito, em vários momentos, ora por meio do presidente, ora por seus interlocutores, que haverá mudança de rumos.

Aliás, as duas prioridades dadas ao futuro ministro da Justiça mexem exatamente nesse ponto. A primeira é o combate à corrupção; a outra, o enfrentamento ao crime organizado no país, que virou um negócio de milhões, sobretudo pela leniência do Estado, por não agir na devida proporção.

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