Primeiros ensaios

Os eleitos de outubro sequer tomaram posse, e a sucessão nos municípios já está na agenda dos políticos, mesmo o sucesso dos partidos dependendo da performance do presidente e dos governadores


Por Tribuna

06/11/2018 às 07h00

Fora da política seria prematuro dizer que as eleições de 2020 já estão no radar dos pré-candidatos, mas dentro isso é uma realidade. Tão logo as urnas se fecham para um pleito, começa o debate sobre o próximo. Agora, é a vez de prefeitos e vereadores começarem a jornada da reeleição e de os demais postulantes iniciarem a jornada de proselitismo das bases. Como a Tribuna mostrou na edição de domingo, os nomes de vários atores já estão na agenda enquanto outros pensam em se cacifar nesse recente cenário, como é o caso do Partido Novo, após sua inédita vitória para o segundo maior colégio eleitoral do país, elegendo um governador.

É fato que muita coisa ainda vai acontecer, sobretudo na esfera nacional com a troca de guarda. Sai Michel Temer — mas com significado de ser o encerramento do ciclo petista —, e entra Jair Bolsonaro, representando uma guinada de 360 graus. O discurso de esquerda sai de pauta, dando espaço para o viés de direita, inédito na história recente do país. Os desafios, porém, permanecem: a economia vai mal das pernas e será preciso haver muita criatividade e respaldo do Congresso para implementação de uma pauta dura de mudanças.

O desempenho dos governos federal e estadual será a bússola para o discurso municipal, sobretudo quando os municípios têm plena dependência das ações de Brasília e de Belo Horizonte. Os mineiros viram isso na campanha: o governador sendo cobrado pelos prefeitos pela retenção de verbas constitucionais para pagar os servidores. Seu sucessor terá que fazer malabarismo para mudar tal situação. Os municípios, como já foi dito sistematicamente nesse espaço, vivem o pior momento de suas finanças, sem recursos, sequer, para garantir direitos básicos, como o décimo terceiro salário dos servidores.

Se o presidente Jair Bolsonaro ajudar os estados e estes, por consequência, sanarem o passivo dos municípios, ambos, certamente, terão cacife suficiente para eleger representantes de seus partidos pelo país afora.

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