Primeiro semestre

Novos dirigentes enfrentam dificuldades para implementar suas metas, ora por conta da crise econômica, ora em razão do novo estilo de governar


Por Tribuna

04/07/2019 às 06h57

Os governadores de primeiro mandato, especialmente aqueles que durante a campanha se apresentaram como outsiders, isto é, fora da política, enfrentaram dificuldades nos primeiros seis meses de mandato como ora mostra o noticiário. Algumas pelo novo modelo de gestão, ainda não assimilado pelo entorno do poder, outras por conta do próprio modo de agir dos governadores e seus seguidores, que colocaram a política na vala comum, como se todos os demais agissem movidos por interesses pouco republicanos.

As dificuldades já eram esperadas não apenas por conta do novo modo de governar, mas, principalmente, pelo cenário econômico, que deixa estados e municípios engessados em suas ações. Por melhores que sejam as intenções, não há milagres em economia. Se a conta não fecha, não há muito o que fazer, mesmo com cortes na estrutura como ocorreu, por exemplo, aqui em Minas com a redução drástica de secretarias. O governador Romeu Zema, no entanto, não pôde cumprir a segunda etapa de seu projeto de reduzir seis mil postos comissionados sob o risco de paralisar as ações do Estado.

O noticiário tem sido pródigo em apontar as dificuldades dos governantes, mas é preciso reconhecer que o aprendizado é mútuo. Da mesma forma que o administrador descobre que o Legislativo tem vida própria e quadros qualificados para defender seus pontos de vista, os deputados também começam a perceber que é possível obter concessões sem passar pelo velho balcão do toma lá, dá cá. Desse enfrentamento de pontos de vista é possível tirar algo positivo, desde que as partes, mesmo sem abrir mão de seus princípios, estejam dispostas a conversar.

O governador chega nesta sexta-feira a Juiz de Fora para encontro com lideranças e evento, no sábado, com seus correligionários. As duas ocasiões são propícias para ouvir, sobretudo, o setor produtivo e movimentos populares e, ao mesmo tempo, avaliar com a militância o primeiro semestre da nova gestão. Há sempre espaço para avançar.

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