Novo capítulo

Concessão da BR-040 passa por nova etapa, mas sem sinal de solução do impasse da Serra de Petrópolis, cujas obras de duplicação estão paralisadas há quatro anos


Por Tribuna

03/07/2019 às 07h02

 

A nova audiência pública envolvendo a concessionária da BR-040, no trecho entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro, soa como mais um evento cujas consequências serão as mesmas: as partes iriam apresentar seus argumentos enquanto o Governo ficaria do outro lado. O resultado seria uma soma zero, como vem ocorrendo ao longo dos anos. A Concer diz que o Governo está lhe devendo, e este, por sua vez, acusa a empresa de praticar preços acima do mercado, num impasse sem data para terminar. A paralisação das obras na Serra de Petrópolis, desde 2015, é a consequência mais grave des se jogo de empurra, penalizando exatamente quem não tem nada com esse imbróglio e ainda paga a conta de três pedágios. E não há sinais de retomada do projeto, a despeito de sua importância para os usuários e para a própria mobilidade da rodovia.

Desde o primeiro contrato, esperava-se que a concessionária fizesse a obra na Região Serrana, mas, por uma reconfiguração do contrato, ela ficou para uma etapa posterior. A prioridade foi a duplicação do trecho entre Juiz de Fora e Matias Barbosa, bem mais barata do que a do Rio de Janeiro. O trabalho foi concluído há tempos, mas a fase posterior só foi iniciada tempos depois. E ainda não acabou. Quem viaja para o Rio se depara com o curso da rodovia com esqueletos sem qualquer manutenção, ficando à mercê do tempo, o que pode ser um problema posterior, pois terão que ser reavaliados.

O ponto mais crítico é o túnel de cerca de cinco quilômetros que encurtará a viagem e ainda tirará os usuários do zigue-zague da Serra, muitas vezes emparedados por caminhões, especialmente cegonheiras, cuja ultrapassagem é de alto grau de risco.

Com a troca de Governo, ainda não se sabe como a questão será avaliada, mas é provável que uma nova licitação seja o caminho mais adequado, mas sem exigir do estado novas adequações, isto é, arrumar tudo para depois privatizar. Essa etapa já está superada, cabendo ao novo, ou ao atual concessionário, executar as obras que se fazem necessárias para justificar a própria transferência para a iniciativa privada e os custos que são pagos pelos usuários.

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