Aeroporto Regional da Zona da Mata amarga retração de fluxo e redução de voos
Enquanto aviação brasileira vive crescimento histórico, terminal enfrenta retração de 38% no fluxo de passageiros e perde mais da metade dos voos em um ano

O Brasil bateu recorde de movimentação aérea no primeiro semestre de 2025, com mais de 61 milhões de passageiros embarcando em voos domésticos e internacionais. O número representa alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o crescimento não se reflete em todas as regiões do país. Na contramão dos números nacionais, o Aeroporto da Zona da Mata registrou queda de 38% no fluxo de passageiros e teve mais da metade de suas operações comerciais suspensas em um ano.
Galeão é recordista de demanda
Nos primeiros seis meses deste ano, 61,8 milhões de passageiros viajaram em voos domésticos e internacionais. Essa movimentação nos aeroportos representa um crescimento de 10% se comparada com o mesmo período de 2024.
Somente de janeiro a junho deste ano, foram 13,8 milhões de turistas embarcados em voos internacionais, uma alta de 15,3%. Em voos nacionais, os números representaram crescimento de 8,6%, com uma movimentação superior a 40 milhões de pessoas.
De acordo com levantamento e com base no Relatório de Demanda e Oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o melhor desempenho entre os dez maiores aeroportos do país é o do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, que superou a marca de 6,5 milhões de passageiros em 2024, para 8,2 milhões em 2025, crescimento superior a 26%.
O Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, também foi destaque no primeiro semestre do ano, com alta de quase 15%. Guarulhos, em São Paulo, considerado o maior terminal do país, cresceu 8% nos seis primeiros meses do ano, registrando quase 22 milhões de viajantes.
O Aeroporto de Brasília, embora tenha perdido posição no ranking dos mais movimentados, apresentou alta de 7,6% no período, com movimentação superior a 7,5 milhões de pessoas, o melhor resultado do terminal desde 2019.
A perspectiva é positiva para os próximos meses diante dos investimentos públicos na infraestrutura de aeroportos e apoio institucional a companhias aéreas, segundo a Secretaria Nacional de Aviação Civil.
Em nota, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que este é o melhor período da aviação civil brasileira, conforme demonstrado pelos números do setor. Segundo ele, caso o ritmo seja mantido no segundo semestre, 2025 deverá ser encerrado com o melhor resultado da história. Foi destacado ainda que esse desempenho representa um ganho expressivo não apenas para a aviação, mas também para o turismo, a rede hoteleira e, principalmente, para a economia do país.
Quase 70 mil embarques e desembarques
Ao contrário do crescimento observado em âmbito nacional, o Aeroporto da Zona da Mata, responsável por atender Juiz de Fora e municípios do entorno, registrou uma queda significativa na movimentação de passageiros no primeiro semestre de 2025. Foram 69.572 embarques e desembarques no período, o que representa uma queda de 38% ao números registrados no mesmo intervalo de 2024, quando 112.961 pessoas passaram pelo terminal.
A retração também pode ser observada na quantidade de voos operados. De janeiro a junho deste ano, foram realizadas 880 operações comerciais. No ano anterior, foram 1.875, uma redução superior a 54%.
De acordo com a Concessionária do Aeroporto da Zona da Mata, responsável pela administração do terminal, a queda também está relacionada à suspensão das atividades da VoePass na região, em março, determinada pela agência reguladora.
Em nota, a concessionária afirmou ainda que, atualmente, o aeroporto conta com voos diários operados pela Azul Linhas Aéreas com destino ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), e com seis frequências semanais da Gol Linhas Aéreas para o Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Mesmo com infraestrutura adequada e esforços da concessionária para atrair novas rotas, a cobertura de destinos permanece restrita e depende exclusivamente das decisões comerciais das companhias aéreas.