Trabalhadores da Empav cruzam os braços nesta quarta-feira

De acordo com sindicato, movimento é motivado pelo não pagamento do 13º salário


Por Michele Meireles

26/12/2018 às 09h47- Atualizada 26/12/2018 às 09h48

Todos os trabalhadores da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav) decidiram continuar parados nesta quarta-feira (26). De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu), Amarildo Romanazzi, o motivo da paralisação é o não cumprimento do acordo coletivo de trabalho assinado entre a Empav e o Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu-JF), que vinculou o pagamento do 13º salário à categoria, em parcela única, até o último dia 20. Segundo ele, todo o efetivo está braços cruzados. A mobilização começou na última quinta-feira (20). “Eles estão sensibilizados com a situação da cidade por conta dos estragos causados pela chuva, porém, estão indignados com o não cumprimento deste acordo. Os trabalhadores avaliam que não serão respeitados pela empresa caso saiam para as ruas”, disse.

Amarildo afirmou que o sindicato aguarda uma conversa com o presidente da Empav e com o secretário da Fazenda da cidade. “São necessários R$ 800 mil para fazer este pagamento, não dá para entender que a Prefeitura não possa adiantar este valor. Vai ter uma demanda muito grande de serviço por conta da chuva, estamos dependendo da boa vontade da Prefeitura para os servidores voltarem ao trabalho”, disse.

Em entrevista à Rádio CBN na manhã desta quarta, o prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas (PSDB), falou sobre a situação: “O sindicato está na Empav, fazendo mobilização para que os funcionários não saiam, mas tenho certeza que isso não vai prevalecer. Há muito tempo estamos avisando que não teríamos condições de pagar o 13º, isso foi falado com bastante antecedência para que o servidor pudesse se programar. E hoje o momento é de solidariedade. É isso que esperamos que os funcionários da Empav entendam. Mais do que reivindicar o 13º, espero que esses servidores entendam o momento grave que estamos vivendo. Estamos contando com o apoio de tantas pessoas, não serão os funcionários da Empav que irão faltar agora.”

Movimento teve início dia 20

Na última quinta-feira (20), cerca de 300 funcionários suspenderam as atividades no pátio da Empav. Na ocasião, o vice-presidente do Sinserpu, Francisco Carlos da Silva, disse que no dia 29 de novembro, a Empav procurou o sindicato para informar que não teria condições financeiras para recolher o 13º. Desta forma, as partes celebraram um acordo de que as duas parcelas da gratificação seriam pagas juntas, até o dia 20 de dezembro. “No entanto, na quarta-feira (19), a Empav informou à presidência do sindicato que efetuaria o pagamento junto com a PJF. Essa paralisação de hoje foi deflagrada pelos próprios trabalhadores, trata-se de um movimento legítimo”, destacou.

A decisão da Empav em acompanhar o calendário da Prefeitura foi questionada pelos trabalhadores, já que a Empav, embora seja uma empresa pública, de direito privado, mas de capital 100% da Prefeitura, teria autonomia de criar seu próprio calendário, já que os trabalhadores são contratados pelo regime celetista, ou seja, baseado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

 

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