Manifestantes fazem ato contra o Governo Bolsonaro em Juiz de Fora 

Participantes do protesto pediam mais vacinas, ampliação do auxílio emergencial e o impeachment do presidente da República, entre outras pautas


Por Renan Ribeiro

24/07/2021 às 14h46- Atualizada 24/07/2021 às 15h00

Manifestantes protestaram em passeata pelas ruas do Centro de Juiz de Fora na manhã deste sábado (24), em aderência ao movimento nacional que convocou atos em cerca de 20 capitais brasileiras contra o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os protestantes se concentraram no Parque Halfeld por volta das 10h e, em seguida, fizeram passeata por ruas centrais.

Entre as reivindicações estavam a compra de mais vacinas contra a Covid-19, medidas para combater a fome no país, como o auxílio emergencial, e o impeachment de Bolsonaro. Além disso, também estavam incluídas pautas como as supostas irregularidades nas ações de combate à pandemia, investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), denúncias de corrupção e de crimes ambientais, mortes de jovens negros, de mulheres e casos de LGBTQIAfobia.

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Manifestantes fizeram passeata pelas ruas centrais (Foto: Leonardo Costa)

“Buscamos uma renovação. Não só a retirada do Bolsonaro, mas de toda a política de governo exercida. Precisamos de vacina para todos, da manutenção do auxílio emergencial enquanto durar a recessão econômica e a pandemia e também lutamos contra a privatização das nossas empresas”, disse Inês Farany, componente da secretaria operativa da Frente Brasil Popular, uma das entidades que convocaram o protesto.

Os manifestantes também reforçaram a reinvindicação contra as privatizações dos Correios, da Eletrobrás e também contra a reforma administrativa, já manifestada em ato realizado no dia 12 de julho. “É importantíssimo que a gente defenda os serviços públicos do SUS, da Educação e contra a privatização das nossas empresas. Além da defesa das minorias, como os nossos indígenas que estão em risco”, afirmou Inês à Tribuna.

Percurso e organização

A passeata foi organizada em três filas, ocupando a faixa lateral da Avenida Rio Branco, no sentido Zona Sul. Partindo do Parque Halfeld, a mobilização seguiu sentido Avenida Independência e, em seguida, se dirigiu à Praça Antônio Carlos. Por volta do meio-dia, o grupo alcançou o cruzamento entre a Avenida Rio Branco e a Avenida Presidente Itamar Franco. A chegada à Praça Antônio Carlos ocorreu por volta das 12h40, onde o ato continuou até a dispersão, por volta das 13h.

Segundo a organização, os manifestantes buscaram respeitar o distanciamento. Os participantes também usavam máscaras contra a Covid-19, e a organização distribuiu máscaras do modelo PFF2, além de unidades individuais de álcool em gel para higienização das mãos. Conforme Inês Farany, há uma preocupação em compor atos que não promovam aglomerações e que ocorram de maneira rápida, para não impedir os deslocamentos de quem depende do transporte público.

Esse é o quarto protesto da central nacional realizado em Juiz de Fora. Os outros ocorreram, respectivamente, nos dias 3 de julho, 19 de junho e 29 de maio.

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Protesto começou no Parque Halfeld e terminou na Praça Antônio Carlos (Foto: Leonardo Costa)

Convocação nacional

Mais de 60 instituições convocaram o ato nacional. Em Juiz de Fora, participaram representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST-Zona da Mata), do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind- UTE), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Frente Brasil Popular, da Central Sindical Brasileira (CSB), entre outras.

Entre os partidos políticos, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido Comunista do Brasil (PC do B), o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) participaram do protesto, entre outros.

Mais de 400 atos

Segundo o jornal Estadão, 426 atos, em todos os estados do país, estavam marcados para ocorrer neste sábado, conforme informações da Central de Movimentos Populares. O movimento deste sábado, também segundo a Central, foi impulsionado pela suposta ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de que não haverá eleições caso o voto impresso não seja adotado no país e pela entrega do comando da Casa Civil para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), principal expoente do Centrão.

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