Trabalhadores protestam contra a Reforma da PrevidĂȘncia e entram em estado de greve
Ato realizado na Praça da Estação segue movimento nacional. Escolas estaduais e municipais liberaram os alunos mais cedo nesta segunda. Semana pode ser marcada por paralisaçÔes.
Antes de o Governo admitir a suspensĂŁo da reforma da PrevidĂȘncia no inĂcio da noite de segunda-feira (19), Juiz de Fora sediou protestos contra a mudança no sistema, conforme calendĂĄrio nacional de mobilização convocado por centrais sindicais. Ao contrĂĄrio do que aconteceu em protestos anteriores, no entanto, os atos nĂŁo foram unificados, e as manifestaçÔes tiveram dois momentos, um pela manhĂŁ e outra Ă tarde, ambos na Praça da Estação.
Pela manhĂŁ, compareceram ao local grupos que atenderam ao chamado da Frente Brasil Popular e de entidades como CUT, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). JĂĄ Ă tarde, o protesto foi chamado pelo FĂłrum Sindical e Popular e contou com a presença de representantes de vĂĄrios sindicatos da cidade, partidos de esquerda e da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas). Em ambas movimentaçÔes, setores dos movimentos estudantis e sociais engrossaram os gritos contra a agenda reformista e dos pedidos de “Fora, Temer”.
Em consequĂȘncia dos protestos e da mobilização de professores, parte das escolas pĂșblicas liberaram seus alunos mais cedo, seja por conta de paralisação de alguns docentes ou da redução de jornada nos trĂȘs turnos. Na rede estadual, cerca de 60% das instituiçÔes da rede estadual aderiram Ă mobilização, conforme informaçÔes do Sindicato Ănico dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute).
Estado de greve e paralisação marcada para o dia 28
Os servidores do estado tĂȘm nova paralisação agendada para o prĂłximo dia 28, quando uma assembleia acontecerĂĄ em Belo Horizonte, para discutir a possibilidade de deflagração de um movimento grevista, em que pautas da categoria e negociaçÔes com o Governo de Minas deverĂŁo ser abordadas. “JĂĄ estamos com um indicativo de greve. Estamos fazendo assembleias regionais para preparar as bases para uma decisĂŁo no dia 28. Tivemos um encontro hoje (segunda-feira, 19) e decidimos que vamos a Belo Horizonte para defender a greve”, afirmou a coordenadora do sindicato, VictĂłria Mello.
JĂĄ nas escolas da rede municipal, os professores adotaram o sistema de redução de jornada, e a avaliação do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro) Ă© de que 82% da categoria aderiu Ă mobilização. Ao longo do dia, foram realizadas duas assembleias, uma com professores da rede municipal e outra com docentes da rede privada e, nas duas situaçÔes, foi aprovado o chamado estado de greve contra a reforma da PrevidĂȘncia, mantendo assim a possibilidade de convocar uma paralisação em aberto, o que pode acontecer a qualquer momento. “Temos que nos manter em movimento”, disse a coordenadora do Sinpro, Aparecida de Oliveira Pinto.
O presidente do Sindicato dos BancĂĄrios, WatoĂra AntĂŽnio de Oliveira, informou que a categoria estĂĄ em estado de greve, podendo interromper as atividades a qualquer momento. “Essa manobra do governo nĂŁo nos engana, e nĂłs vamos continuar lutando para que os trabalhadores nĂŁo percam seus direitos.” O presidente do Sindicato dos Servidores PĂșblicos (Sinserpu), Amarildo Romanazzi, explicou que nĂŁo houve uma convocação de paralisação da categoria para esta segunda (19), mas que a possibilidade nĂŁo foi descartada. “As atividades seguem em funcionamento normal, mas teremos uma assembleia para votar se haverĂĄ paralisação na quinta (22).”
Nesta terça-feira (20), a CUT/Zona da Mata irĂĄ reunir representantes dos sindicatos para definir se as entidades irĂŁo adotar um posicionamento Ășnico ante ao movimento, o que indica a possibilidade novas mobilizaçÔes.