Legislação é estudada para instalação de comissão de eventos
Vereador Carlos Alberto Mello (PTB) defende cautela na construção do projeto para apreciação do prefeito Antônio Almas (PSDB)
Estão em andamento os estudos da legislação municipal em vigência visando à instalação de comissão responsável por monitorar a violência em eventos culturais e esportivos em Juiz de Fora. A cargo das secretarias de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta) e de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur), bem como da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funfalfa), o processo permitirá a força-tarefa de forças de segurança e órgãos públicos avançar na construção de projeto similar à Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (Comovec), instituída em municípios como Belo Horizonte e Nova Lima. Membros do grupo de trabalho voltarão a se reunir, em 27 de agosto, no âmbito da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, para discutir a proposta de instalação do colegiado.
Uma vez que a instalação da comissão depende de apreciação e aprovação do prefeito Antônio Almas (PSDB), a força-tarefa tem cautela ao construir o projeto para não queimar etapas. “A legislação municipal não pune (organizadores de eventos irregulares), principalmente aqueles de shows artísticos e eventos turísticos e esportivos”, afirma o vereador Carlos Alberto Mello (Mello Casal, PTB), presidente da Comissão de Segurança Pública do Legislativo. “Mesmo que não comunique, o gestor promove o evento, mas não existe uma legislação que prevê algum tipo de punição. Inicialmente, vamos começar um trabalho com a apresentação desta legislação, que precisa ser, primeiramente, mudada, para depois apresentar o projeto ao prefeito.” O colegiado então integraria todos os órgãos públicos para centralizar o controle e a fiscalização de eventos em Juiz de Fora.
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A ideia é alimentada pelo parlamentar desde o carnaval, em fevereiro último, quando eventos irregulares realizados nos bairros Bom Pastor e Santa Terezinha implicaram em ocorrências policiais. À época, Mello Casal articulou junto a representantes de forças de segurança, mais membros do secretariado, força-tarefa para monitorar demais manifestações em Juiz de Fora. “Na ocasião, reuniram-se quase todos os órgãos públicos em um grupo de WhatsApp, e vários episódios foram resolvidos com a harmonização dessas entidades. Tivemos então a ideia de trazer a Comovec (para Juiz de Fora)”, diz o vereador. “Há eventos na cidade que determinados órgãos tomam conhecimento e outros, não, porque não há a centralização das informações, não há um banco de dados único.” Na terça (16), a Polícia Militar apresentou, na Comissão de Segurança Pública, o funcionamento das comissões.
De acordo com as discussões iniciais, o colegiado a ser criado se reuniria mensalmente. As decisões seriam aprovadas no caso da composição de maioria simples, mas com quórum de maioria absoluta. Caso instituída, a comissão seria vinculada ao Executivo. “É necessário que o Executivo abrace esse pensamento, já que a comissão tem dado certo em cidades com população acima de 100 mil habitantes. Seria bom o Município se programar e fazer o que outras cidades que estão à frente têm feito. O Legislativo somente inicia o processo. A melhor contribuição que o Legislativo pode oferecer é a mudança das leis. Aí sim nós vamos atuar para ajudar a comissão.”