Rodrigo Mattos já fala como novo líder do Governo em JF
Vereador quer trabalhar para conscientizar a cidade sobre esforços do Executivo para superar dificuldades financeiras
Ex-presidente da Câmara Municipal nos biênios 2015/2016 e 2017/2018, o vereador Rodrigo Mattos (PHS) foi confirmado na última terça-feira (16) como novo líder do prefeito Antônio Almas (PSDB) no Poder Legislativo municipal. Em seu quarto mandato consecutivo, o parlamentar exerce a função de liderar o Governo pela primeira vez e considera que seu maior desafio será fazer do Palácio Barbosa Lima uma ferramenta de ressonância para conscientizar a cidade da atual situação financeira do Município, que sofre com a queda de arrecadação e com os atrasos de repasses constitucionais por parte do Estado com relação a transferências que deveriam ter sido efetuadas entre o ano passado, último da administração do ex-governador Fernando Pimentel (PT), e janeiro deste ano, já na gestão do governador Romeu Zema (Novo).
Para além da conscientização sobre a real situação dos cofres municipais, Rodrigo quer também ecoar os esforços de Almas e sua equipe para manter o funcionamento da máquina administrativa e contornar as dificuldades de manter a zeladoria da cidade. O novo líder do Governo será o convidado da edição desta quinta-feira (18) do programa Pequeno Expediente, que vai ao ar nesta quinta, às 11h05, na Rádio CBN Juiz de Fora. “Nosso objetivo é o de ajudar o prefeito a recuperar a cidade, já que a economia e as finanças da cidade não estão boas. Mas creio que não basta ficar apenas se lamentando. Temos que trabalhar para melhorar em algumas coisas e acredito que podemos ter um horizonte promissor pela frente”, afirmou o líder.
“O que me foi pedido é que eu mostre, por meio da Câmara Municipal e dos vereadores, a situação difícil em que a cidade se encontra e que o prefeito está trabalhando por melhorias. Principalmente com relação à zeladoria da cidade, que registra as maiores críticas”, afirmou o líder do Governo, destacando, por exemplo, a grande incidência de buracos no asfalto de diversas vias urbanas da cidade. Rodrigo Mattos lembrou ainda que, no momento, não há em discussão na Câmara um projeto de lei específico que requeira maior urgência em sua tramitação no entender da Prefeitura.
Entre as proposições do Executivo discutidas no momento pelo Legislativo, talvez aquela que apresente aspectos mais polêmicos seja a que pretende regulamentar o transporte individual de passageiros por motoristas cadastrados em aplicativos de transporte, como o Uber. Sobre o tema, o novo líder defendeu que a Câmara aprofunde as discussões sobre a proposta do Município. “A prefeitura emitiu sua opinião quando encaminhou o projeto de lei que regula o serviço. A princípio, há o compromisso do prefeito de respeitar possíveis alterações no texto feito pela Câmara”, considerou.
Escolha se deu por ‘conjunto de fatores’
Sobre sua escolha para a função, Rodrigo afirmou que ela se deu mediante a um conjunto de fatores. “Somaram-se várias coisas. Primeiro, a relação pessoal e política que eu tenho com o prefeito Antônio Almas (PSDB). Quando ele foi empossado, eu era presidente (da Câmara) e disse que faria tudo que fosse possível para ajudá-lo nesta difícil empreitada. Neste momento, o prefeito optou por escolher meu nome como líder do governo. Acredito que seja também pela relação que eu tenho com os vereadores. Já fui presidente da Câmara nesta legislatura e, então, conheço profundamente cada um e o jeito de trabalhar dos 18 vereadores”, avaliou. Cabe lembrar que o nome de Rodrigo era considerado uma opção natural para a função desde que o vereador Júlio Obama Jr. (PHS) optou por deixar a liderança de Governo no último dia 19 de fevereiro. Para Rodrigo, a demora para a definição e a oficialização de seu nome se deu pelas características do prefeito e pelo valor que o chefe do Executivo tem pela função que ele próprio desempenhou durante o primeiro mandato do ex-prefeito Custódio Mattos (PSDB) – pai de Rodrigo – entre 1993 e 1996.
“Quem conhece o Prefeito Antônio Almas e seu estilo político sabe que o cargo de líder é muito valorizado por ele, pois ele exerceu esta função quando foi vereador na época do primeiro mandato do prefeito Custódio. Ele sempre fala deste período com muito orgulho. Assim, quis fazer esta escolha da melhor maneira possível e sem açodamento. Recentemente, a gente viveu um momento muito conturbado na Câmara, mas nada que fosse anormal. Houve uma disputa pela Presidência da Casa entre dois grupos e também a chegada de três novos vereadores, que entraram como suplentes. Então, este período de amadurecimento foi usado para depurar um pouco este ambiente. Acho que o prefeito foi sábio em esperar um pouco e esta nomeação chega em um momento certo, que os ânimos estão se acalmando”, pontuou o novo líder.
Racha na Câmara
Expoente de um dos dois grupos políticos que se estabeleceram na Câmara desde o fim do ano passado, a partir do período que antecedeu o pleito que elegeu o vereador Luiz Otávio Coelho (Pardal, PTC) como novo presidente da Casa em dezembro do ano passado, o novo líder admitiu que, ainda hoje, quatro meses após a eleição da Mesa Diretora, ainda há certa divisão entre os 19 vereadores que integram a atual legislatura. De um lado, o grupo que elegeu Pardal; de outro, os apoiadores da candidatura derrotada de Kennedy Ribeiro (MDB) ao comando da Mesa Diretora, empreitada apoiada por Rodrigo Mattos – presidente da Casa, à época. A este segundo bloco, somam-se os vereadores Juraci Scheffer (PT), Nilton Militão (PTC) e Wagner França (PTB), que assumiram mandato em fevereiro, respectivamente, nas vagas de Roberto Cupolillo (Betão, PT) e Sheila Oliveira (PSL), que seguiram para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG); e Charlles Evangelista (PSL), que seguiu para a Câmara dos Deputados.
“Esta divisão existe ainda. É evidente. Não podemos negar que ainda há um resquício da eleição. Isto é normal. Mas eu percebo está perto do fim e que há uma vontade do presidente da atual Mesa distensionar o ambiente e também há esta mesma vontade no outro grupo. Acredito que vou poder fazer este papel também. É bom para o governo que haja esta distensão, pois isto pode facilitar os debates em torno de matéria de interesse da cidade”, considerou Rodrigo.
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