PJF fará licitação para construir vertedouro na Represa João Penido no valor de R$ 23 milhões

Urgência da estrutura foi apontada em relatório sete anos atrás, com risco de rompimento e “prejuízos incalculáveis”


Por Hugo Netto

13/05/2024 às 18h12- Atualizada 13/05/2024 às 18h15

A Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) realizará uma licitação, no dia 22 de julho, para contratar a construção de um vertedouro de emergência na Represa João Penido.

No edital, publicado no sábado (11), a companhia cita o Relatório da Auditoria de Segurança da Barragem João Penido, realizado de 2016 a 2017, em que é possível concluir a inviabilidade da extravasão de cheias somente pela tulipa existente atualmente, com um risco elevado de que uma cheia de grandes proporções passe por cima da barragem. A estrutura, cujo nível da crista é de 746,5 metros, poderia até colapsar.

A enchente, neste caso, “certamente” provocaria “consequências devastadoras”, com danos materiais e perda de vidas humanas, de acordo com o documento, que ainda classifica os prejuízos para o abastecimento de água da cidade como “incalculáveis”, já que há uma Estação de Tratamento de Água da Cesama imediatamente abaixo da barragem. Por isso, o estudo concluído sete anos atrás já apontava que a obra na represa, localizada na Rua Eudóxio Infante Viêira, no Jardim Lermitage, seria de “extrema urgência”.

O orçamento previsto é de quase R$ 22,7 milhões, e será contratada a empresa que oferecer o menor valor. A maior parte disso, aproximadamente R$ 9,5 milhões, será destinada à própria estrutura do vertedouro. Outros R$ 8,8 milhões serão para trabalhos em terra, e R$ 1,9 milhões, para a administração local das obras. O restante está dividido em uma série de serviços, como sinalização, obras de drenagem e serviços de proteção ao meio ambiente, por exemplo. Os recursos serão oriundos da Caixa Econômica Federal, por meio de um contrato de financiamento, com contrapartida da Cesama.

Estrutura já atingiu 100% da capacidade

Em janeiro de 2022, a Represa João Penido atingiu a capacidade máxima, após um grande volume de chuvas durante alguns dias. Na ocasião, a Cesama informou que não havia qualquer risco, e continuava realizando o monitoramento diário das represas sob sua administração.

O excesso de água estava sendo despejado no Rio Paraibuna, por meio de um extravasor (dispositivo de segurança que escoa a sobra para um córrego que deságua no rio). À época, por meio de nota, a Cesama afirmou que essa vazão não impacta significativamente o volume de água já presente na calha do corpo d’água, estimando um impacto de 1,6%.

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