Trabalhadores em educação da rede estadual entram em greve

Assembleia nesta terça-feira (11) irá debater ações da categoria em Juiz de Fora; adesão à paralisação ainda não foi estimada


Por Tribuna

11/02/2020 às 10h52- Atualizada 11/02/2020 às 16h43

Os servidores da rede estadual de ensino entraram em greve nesta terça-feira (11), em reivindicação ao pagamento do 13º salário, bem como o cumprimento da Lei Estadual 21.710/2015 e da Lei Federal 11.738/2008, que tratam do piso salarial. Em Juiz de Fora, uma assembleia está agendada para as 15h de hoje, no Instituto Estadual de Educação (Escola Normal) para debater as próximas ações da categoria no município.

A decisão para paralisação das atividades foi votada na última quarta-feira (5), em assembleia realizada em Belo Horizonte pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). Conforme publicado anteriormente pela Tribuna, as pautas dos servidores também englobam a preocupação com o volume de demissões no Programa Escola de Tempo Integral, com fusão de turmas, municipalização de escolas estaduais, entre outras. Além disso, também foram levados em consideração os transtornos causados pela informatização do processo de matrícula e de outros trâmites educacionais, que representaram, para o Sind-UTE, dificuldades para estudantes, famílias e categoria.

De acordo com a diretora da categoria, Victória Mello, tal informatização fez com que o início do ano letivo na rede estadual fosse “caótico”. “Uma das nossas reivindicações é que retornem as matrículas presenciais nas escolas, porque ficou comprovado o caos que isso (informatização) causou. Não tem, ainda, todas as matrículas nas escolas, porque agora que os pais estão conseguindo, de fato, fazer a matrícula. Ainda não foi fechado um quantitativo de turmas, então ainda não foram contratados todos os trabalhadores que as escolas vão precisar”, explica. “Ainda temos várias questões internas a serem resolvidas, então esse caos todo também está interferindo nesse início do ano, porque a escola precisa se organizar”.

Por ser o primeiro dia de greve, ainda não foi estimada a adesão à paralisação em Juiz de Fora, entretanto, segundo Victória, a expectativa é que haja um engajamento “significativo” dos trabalhadores em educação a partir da próxima segunda-feira (17). Na sexta-feira (14), a categoria realizará uma assembleia com manifestação em Belo Horizonte.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que esta terça-feira é dia letivo no calendário da rede estadual de ensino, desta forma, irá acompanhar a adesão das unidades escolares à paralisação convocada pelo sindicato. Assim, a pasta ainda não possui números sobre a greve, balanço que só será possível no fim da tarde.

A SEE afirmou, ainda, que “respeita o direito constitucional de greve dos servidores da Educação do Estado e reitera que tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais. Várias agendas foram realizadas, ao longo de 2019, com os representantes das entidades sindicais e do Governo do Estado nas quais assuntos da área da educação foram debatidos. A SEE/MG reforça que os canais de diálogos continuarão abertos para que as reivindicações da categoria possam ser apresentadas e debatidas. “

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