Médico mineiro fantasia pacientes mirins de super-heróis e ganha prêmio na Itália
Leandro Brandão Guimarães, otorrinolaringologista pediátrico, foi reconhecido no WEmbrace Awards 2025 por transformar o medo da cirurgia infantil em uma experiência lúdica e acolhedora
O médico otorrinolaringologista pediátrico Leandro Brandão Guimarães, de Divinópolis, cidade localizada no Oeste de Minas, conquistou o prêmio WEmbrace Awards 2025, na categoria Sfera The World, por um projeto que juntou criatividade e cuidado humanizado com crianças no ambiente hospitalar.
Leandro viralizou nas redes sociais ao aparecer vestindo seus pequenos pacientes com capas de super-heróis momentos antes de entrarem em cirurgia. As crianças são levadas por ele até o centro “voando”. A ideia, segundo o médico, surgiu da vontade de tornar o ambiente hospitalar menos traumático.
“Eu tentei buscar algum jeito de fazer uma abordagem mais lúdica para que as crianças entrassem tranquilas no centro cirúrgico. Isso reflete também na tranquilidade dos pais e até dos profissionais da equipe”, contou o médico, em entrevista à Tribuna.
Ver esta publicação no Instagram
Premiação na Itália
A cerimônia de premiação aconteceu dia 27 de março, em Milão, na Itália. O evento celebra iniciativas inspiradoras de inclusão ao redor do mundo. “Foi emocionante, eu não esperava vencer, nem preparei um discurso direito. Só de estar lá já era um prêmio para mim”, confessou Leandro. Na plateia, estavam presentes representantes de projetos sociais diversos, como iniciativas de acolhimento a refugiados, de treinos de boxe para mulheres em situação de vulnerabilidade e ações voltadas à inclusão de pessoas com deficiência.
Leandro também comenta que o amor pela medicina surgiu cedo, influenciado pelo pai, também médico. Durante a faculdade, a paixão pelo atendimento infantil o levou a considerar a pediatria, mas foi na otorrinolaringologia que ele encontrou sua vocação definitiva, uma especialidade que permitiu unir técnica com o cuidado especial às crianças. “O que eu acho mais bonito é ver que mesmo depois da cirurgia, com dor e tudo, elas voltam ao consultório sorrindo, me abraçando. O que fica na memória não é o medo, mas a brincadeira, a fantasia”, relata.
O vídeo que tornou o doutor conhecido começou a circular há dois anos e rapidamente foi parar na timeline de redes sociais em outros países. Para ele, o impacto do reconhecimento internacional vai além do prêmio em si. “Infelizmente, ainda há profissionais que não têm essa preocupação com o paciente como um todo. Acho que isso ajuda a espalhar essa ideia de um cuidado mais humano e respeitoso”, finaliza.
*Estagiária sob a supervisão da editora Carolina Leonel.
