Governo de Minas elabora protocolo de lockdown
Saúde explica que documento é elaborado junto com a polícia, a Defesa Civil e os bombeiros
O Governo de Minas divulgou, nesta sexta-feira (19), que trabalha em um protocolo de lockdown para municípios mineiros, enquanto a curva de casos no estado caminha para o pico da pandemia, até então previsto para o dia 15 de julho. O anúncio foi realizado pelo chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde, João Pinho, durante coletiva virtual à imprensa, transmitida pelas redes sociais oficiais.
“Há cerca de dez dias, começamos a criação do protocolo para lockdown, que esperamos não usar. Não é para o Estado todo, mas estamos desenvolvendo, junto com a polícia, a Defesa Civil e os bombeiros, o que deveria acontecer caso houvesse a necessidade de restringir as atividades e o nosso ir e vir de forma mais efetiva do que a onda verde do programa Minas Consciente”, afirmou Pinho. A onda verde – na qual se enquadra a maior parte dos municípios mineiros – estabelece abertura apenas das atividades essenciais.
Pinho pontuou que essa possibilidade de lockdown é por município, uma vez que não possível, caso seja necessário, realizar o lockdown em toda Minas Gerais, já que cada região possui um comportamento próprio e uma situação diferente. Algumas, inclusive, apresentando uma realidade, no que se refere à pandemia, melhor do que outras. “O protocolo terá foco no município e no seu acompanhamento”, ressaltou o chefe de gabinete.
Pinho também lamentou como tem sido a tônica das autoridades estaduais nas coletivas desta semana, que nem todos as cidades mineiras tenham aderido ao programa Minas Consciente. “Infelizmente, vemos que alguns municípios não seguiram nossas orientações e fizeram suas decisões sobre flexibilização de atividades econômicas. Entendemos que é prerrogativa deles e que os municípios têm autonomia, mas alguns movimentos, infelizmente, não foram suficientes e vemos aceleração da pandemia”.
Ele lembrou que é preciso reforçar as medidas de isolamento, já que o lockdown é ainda uma possiblidade. “Queremos reforçar com todos de casa, cidadãos, empresários, gestores, para que sejam intensificadas as medidas de isolamento, para que não seja preciso haver o lockdown”, alertou.
Na quarta (17), o secretário-geral do Governo de Minas, Mateus Simões, disse que a população e os administradores locais precisam perceber os equívocos que foram cometidos ao longo deste período de pandemia. “É preciso que corrijam suas rotas, interrompam as medidas inadequadas de reabertura que foram adotadas, se adequem às propostas apresentadas pelo Minas Consciente ou adotem programas próprios que sejam capazes de garantir segurança sanitária e ampliação da capacidade de assistência”, concluiu.
Ocupação de leitos de UTI chega a 88%
A ocupação de leitos de UTI no Estado aumentou cerca de 16 pontos percentuais, segundo o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral. Ela passou de cerca de 72% para 88% em 24 horas. Nem todos os leitos, entretanto, são ocupados por pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. A ocupação por esses pacientes é de, aproximadamente, 10%.
Minas atingiu, nesta sexta (19), a marca de 600 mortes decorrentes de coronavírus. Dados do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde apontam que foram 30 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. No mesmo período, o Estado registrou 1.146 novos casos da doença. Ainda conforme boletim, o número de internações também aumentou de um dia para outro. Eram 2.962, na quinta, e, nesta sexta, foram 3.219. Até o momento, Minas tem 26.052 casos confirmados. Outros 10.314 casos estão sendo acompanhados e 15.138 pacientes foram recuperados. Ainda há 669 exames em análise.
O secretário adjunto de Saúde atribuiu a alta ao aumento da circulação de pessoas pelo estado: “Vemos aumento do movimento das pessoas nas ruas e isso, natural e infelizmente, acaba fazendo com que os índices da Covid-19 aumentem. Observamos também que isso acaba ocasionando outros problemas que também necessitam de leitos de UTI”.
Estrangulamento
O governador Romeu Zema (Novo), em pronunciamento, nesta quinta (18), manifestou preocupação com o avanço da Covid-19, em Minas. Ele disse que teme o “estrangulamento” do sistema de saúde em um mês, em razão do atual ritmo da pandemia.
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