Pesquisa aponta que ultraprocessados podem aumentar risco de depressão
Estudo foi realizado com homens e mulheres durante quatro anos com o intuito de trabalhar políticas públicas
Um estudo realizado com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), fez uma associação do consumo de ultraprocessados à depressão. Segundo informações da Agência Minas, o trabalho foi publicado no início deste ano no “Journal of affectiva disorders”, revista oficial da Sociedade Internacional de Transtornos Afetivos. O artigo faz parte das investigações de doutorado da pesquisadora Arieta Carla Gualandi Leal.
O levantamento foi feito entre 2016 e 2020, analisando o hábito de 2.572 graduados e pós-graduados de universidades de Minas Gerais, com idade média de aproximadamente 36 anos. Foram observados 936 (36,39%) homens e 1.636 mulheres (63,61%). Os resultados apontaram que adultos que consumiam, por dia, de 32% a 72% das calorias em alimentos ultraprocessados apresentaram 82% de risco de desenvolver depressão ao longo do tempo.
Os alimentos ultraprocessados são aqueles que levam em sua composição cinco ou mais ingredientes da indústria. Por exemplo, refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, hambúrgueres e macarrão instantâneo. Geralmente possuem muitas calorias e poucos nutrientes, além da alta concentração de sódio.
A depressão é uma doença multifatorial, por isso, para observar o efeito real do consumo de ultraprocessados foram utilizados procedimentos estatísticos específicos. Segundo a pesquisadora, para associar a depressão à alimentação foram considerados fatores que poderiam influenciar o resultado e provocar associações falsas. O estudo não levou em consideração sexo, idade, a prática de atividade física e consumo de álcool. Porém, o resultado, informa a Agência Minas, considerando o modelo estatístico utilizado, comprova que há uma correlação estatisticamente significativa entre ultraprocessados e depressão.