Mulher ganha indenização na Justiça após sofrer bullying no ambiente de trabalho
“Falavam sobre o cabelo, sobre o corpo, diziam que ela usava peruca”, disse uma testemunha da funcionária
Uma vendedora de uma farmácia vai ganhar indenização por danos morais após sofrer bullying sendo alvo de comentários depreciativos por parte de colegas de trabalho. A decisão foi divulgada pela Justiça do Trabalho, que reconheceu a situação de assédio e condenou a empresa a pagar o valor de R$ 15 mil de indenização.
Segundo o relato da vítima ao Tribunal, era recorrente que seu corpo e cabelo fossem motivos de piada para os demais funcionários. Diante do incômodo, os fatos foram reportados à gerência regional, que não teria tomado nenhuma medida.
Após o fim do contrato, porém, a mulher entrou com uma ação trabalhista. Em primeira instância, a juíza responsável pelo caso determinou que fossem pagos R$ 8 mil à funcionária. Ainda sim, ela recorreu a decisão e conseguiu que os julgadores da Décima Turma do TRT-MG aumentassem a indenização para 15 mil.
Uma testemunha chegou a prestar depoimento e sustentou os relatos já informados pela mulher. “Todo dia tinha uma situação, a vendedora ficou muito triste, ficou com a autoestima baixa; o gerente já era outro, mas não fazia nada; […] falavam sobre o cabelo, sobre o corpo, diziam que ela usava peruca”, disse em nota publicada pelo TRT. Já a empresa negou que a situação acontecia no local.
Os julgadores entenderam, ainda, que a situação havia sido agravada pelo afastamento da funcionária de suas funções devido ao constrangimento. Na decisão, eles ressaltaram o que ocasionou o aumento da indenização. “É um valor que melhor promove a reparação possível do dano, sem perder de vista o porte da empresa e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como o caráter pedagógico e preventivo da medida”, justificou a medida. Agora, o processo aguarda o exame do recurso.