Técnico do Aymorés, Igor Guerra explica saída do Tupi
Treinador teve passagem relâmpago pelo Carijó; pelo time ubaense, profissional busca o acesso
A passagem de Igor Guerra no Tupi durou poucos dias. No dia 9 de março, apenas 25 dias após o seu anúncio, o Galo Carijó divulgou que o técnico pediu desligamento do clube por conta de “graves problemas de saúde na família”, de acordo com nota oficial publicada pelo clube à época. À Tribuna, o profissional, agora no comando do Aymorés, explicou o motivo de sua saída da equipe juiz-forana e analisou a preparação da agremiação ubaense para o Módulo II do Campeonato Mineiro.
Em conversa com a reportagem, Igor reitera que a sua saída se deu por uma escolha pessoal. “Eu tive os meus motivos. Acredito que todos os profissionais e seres humanos têm o seu limiar para poder sustentar qualquer tipo de situação. O que deixei bem claro é que diante de alguns processos recentes que eu tinha passado, preferiria não permanecer”, explica Guerra.
De acordo com o Tupi, a razão pessoal pela qual Igor pediu a sua demissão eram “graves problemas de saúde na família”. Porém, Guerra desmente. “Eu não sei qual foi o motivo que levou o pessoal do Tupi a colocar que foi por motivo grave de doença. Foi bem conturbado aquele momento. Depois que saiu a notícia, todo mundo me procurou e isso preocupa familiares, preocupa os filhos, os parentes e amigos”, afirma.
Apesar do desentendimento, Igor prefere não criar uma rivalidade extracampo com o Tupi e afirma que esse momento já foi superado. “Isso é algo que já foi resolvido também, o Bruno (Teustchbein, diretor do Tupi) conseguiu até esclarecer, pediu desculpa pelo lado do Tupi (…). A verdade veio à tona depois e o carinho e o respeito que eu vou ter sempre pela instituição, por toda a história que tem, vai ser o máximo possível”, relata o técnico.
A preparação do Aymorés
Após a saída conturbada do Tupi, Igor Guerra foi anunciado pelo Aymorés no dia 22 de março. Desde então, o técnico realiza o trabalho de pré-temporada com os atletas nas estruturas do Guarani, de Divinésia, cidade a 20 quilômetros de Ubá. Guerra avalia esse período de maneira positiva.
“Vou destacar o fato de a gente ter saído um pouquinho do fluxo de torcedores, da mídia, de dentro da cidade, estar num local mais reservado. Isso termina dando um foco maior por parte dos atletas no quesito treino, no quesito alimentação, no quesito descanso, recuperação”, avalia.
Igor também destaca a assimilação dos seus conceitos táticos por parte dos jogadores. Segundo o comandante, a evolução nesse quesito é nítida e pode ser observada nos treinos e amistosos realizados pelo Aymorés. Guerra espera que a equipe atinja o seu auge no decorrer do Módulo II.
“Não vamos chegar a 100% que poderia ali na parte técnica e tática, até porque isso envolve um pouquinho mais de entrosamento, a gente compreender os processos do que tem dado certo, o que tem dado errado nos jogos para podermos ter uma ideia melhor do que precisa ser ajustado para as rodadas seguintes. A gente acredita que entre a terceira e a quarta rodadas vamos estar num melhor processo de compreensão de jogo e prática e execução dos comportamentos dentro de campo, já próximo do auge”, projeta Igor.
Perfil dos atletas
Igor terá no Aymorés a sua segunda experiência como técnico profissional. A primeira foi no ano passado, pela URT, também no Módulo II. Com experiência na competição, o técnico entende que alguns dos trunfos para conseguir sucesso no campeonato são a bola parada e a força mental dos jogadores, aspectos presentes no elenco.
“A equipe tem uma média de estatura alta, isso é um ponto positivo. Mas destaco, principalmente, a parte comportamental. Eu acho que a gente pode sair ganhando e tirar vantagem das outras equipes. Muitos atletas já conseguiram acessos em suas carreiras, então também já tem um pouquinho de ideia do que tem que ser feito dentro de campo, a nível competitivo, a nível estratégico, para que a gente possa sobressair diante dos adversários”, analisa.
Favorito para o acesso
Em 2023, o Aymorés se classificou para o hexagonal final, mas não conseguiu o acesso. Para esse ano, Igor entende que a equipe se coloca como uma das favoritas à promoção ao Módulo I de 2025. “A meta é o acesso e depois pensar em título. Eu vejo o time preparado para isso. Em termos de elenco, é um time que com certeza vai iniciar a competição como um dos favoritos”, projeta Guerra.
Para que sua expectativa se torne realidade Igor afirma que “é necessário manter essa mentalidade dentro dos atletas para que eles possam acreditar nisso o tempo inteiro, para todo o jogo a gente ter isso muito claro, o que a gente quer e o que a gente precisa fazer para alcançar o que a gente quer. Aí, sim, acho que os objetivos vão ser cumpridos”, acredita.
*Estagiário sob a supervisão do editor Gabriel Silva