Esporte popular na Argentina, padel tem aulas em Juiz de Fora
Modalidade que se assemelha ao tênis é praticada em duplas e pode entrar nas Olimpíadas em 2032
Esporte que é o segundo esporte mais praticado na Argentina, com mais de 4 milhões de praticantes e 10 mil quadras espalhadas pelo país. Além disso, tem muita força na região Sul do Brasil. O padel é uma modalidade parecida com o tênis, mas que só pode ser disputado em duplas, em quadra fechada, de grama sintética, com vidro atrás e grades nas laterais. A bola rebatida pela raquete pode pegar em qualquer uma das paredes, desde que toque no chão antes, e o jogo segue. É ponto quando a bola dá dois quiques no chão.
Em Juiz de Fora, o padel pode ser praticado no Vila Clube, localizado na Rua Cyrene Werneck Portilho, 200, no Bairro Novo Horizonte, Cidade Alta. A Tribuna esteve no local para a gravação de mais um “TM Esporte Clube”, série que mostra as mais diferentes modalidades esportivas que podem ser praticadas na cidade. Até o momento, foram abordados o paraquedismo, a esgrima, o rapel, o foot table, a canoagem, o parapente, a bocha, o squash, a escalada indoor e, por último, o aikido.
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O jogo
Praticante de padel há oito anos e professor do Vila Clube, Cristiano Silveira, natural do Rio Grande do Sul, explica que o esporte é mais fácil de praticar do que o tênis, porém, mais difícil que o squash. “É uma mistura dos dois. A diferença é que há algumas regras específicas. A bola não pode quicar duas vezes e não pode ser jogada diretamente no vidro, um elemento que auxilia no jogo. Uma bola muito forte pode ser deixada passar para ser rebatida na volta. A partida é muito dinâmica e rápida, exigindo aceleração e giros de movimento”.
Dessa forma, conforme Cristiano, a coordenação motora se torna o principal fator para se destacar no padel. “Não é a força o mais importante, e sim a qualidade da movimentação e a técnica. Mas qualquer pessoa consegue jogar. Se alguém tem dificuldade com um movimento específico, trabalhamos mais a defesa ou o ataque. Também fazemos jogos-aula, onde pausamos para corrigir posicionamento e estratégias. A modalidade exige pensar além do primeiro golpe, planejando o segundo movimento para pressionar o adversário e ganhar o ponto”, explica.
A contagem é a mesma que no tênis: 15/30/40/Game, com a diferença de que, se tiver 40 a 40, a dupla que recebe o saque escolhe qual integrante será o responsável pela devolução. Vence o jogo quem ganhar dois sets, que conta seis games cada. Já a raquete pode ser em formato redondo, de diamante, ou outra variação, sendo a mais comum feita de carbono com núcleo de EVA. Todas as pessoas podem praticar. “Temos de aluno de 8 anos a até idosos”, diz o professor.
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Cenário do padel
Em Juiz de Fora, só há uma quadra, conta Cristiano. “A cidade tem potencial para o crescimento, vejo que a população gosta de esporte e eventos esportivos. Hoje, a base do padel geralmente são pessoas que já têm noção de tênis ou beach tênnis, então, é só uma questão de adaptação. No Rio de Janeiro, já está muito desenvolvido. Belo Horizonte já tem três ou quatro clubes. Pessoas famosas gostam do padel, como Neymar, Ronaldo Fenômeno e Ibrahimovic, ajudando na visibilidade”.
No top-50 melhores jogadores do mundo, o Brasil aparece com 12 atletas – anteriormente, Pablo Lima e Marcelo Jardim já ocuparam o topo da lista. Há também a expectativa de que o padel se torne esporte olímpico em 2032, mas, para isso, é preciso que mais países e praticantes o adotem. “Pelo crescimento que estamos vendo, a possibilidade é bem real”, acredita o treinador.
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“Viciante”
Esposa de Cristiano, Raquel Soares iniciou no padel há sete anos, e, hoje, considera uma paixão. “Traz uma energia incrível dentro e fora de quadra. Você cria amizades, consegue evoluir rápido com essa energia incrível. Antes eu não era uma pessoa muito atlética, mas o padel me levou para outras modalidades. Hoje faço beach tennis e muay thai, além de academia. Gosto de competir e buscar novos desafios”, fala.
Já Nilvo Júnior, juiz-forano, está no esporte há seis meses, depois de um tempo praticando tênis. “Gosto da dinâmica que os vidros dão ao jogo, pois exigem que se pense mais nas jogadas. Não é apenas sobre bater na bola ou ter preparo físico. No padel, a estratégia é fundamental, a força nem sempre resolve tudo. Isso me atraiu muito para o esporte, que considero mais estratégico, dinâmico e social. Desde que comecei a praticar, percebi muitas melhorias na técnica e no condicionamento físico. Sinto também que meu reflexo está melhor, assim como minha disciplina”.
*Sob supervisão do editor Gabriel Silva
Tópicos: padel / tm esporte clube