Juiz-forana conquista título do Brasileirão A3 de futebol feminino
Duda Silva foi titular na campanha vencedora do Atlético Piauiense
O Atlético Piauiense conquistou, no sábado (16), o título da Série A3 do Campeonato Brasileiro, Terceira Divisão do futebol feminino nacional. A conquista veio depois de uma goleada por 4 a 0 sobre o Vila Nova, em Teresina, após uma derrota no jogo de ida por 2 a 1. Uma das titulares da campanha do Cavernão que culminou no acesso à Série A2 e na taça foi a zagueira juiz-forana Duda Silva, de 21 anos.
O Atlético terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento: três vitórias — contra União (RN) por 1 a 0, Ceará por 3 a 1 e um implacável 9 a 1 sobre o IAPE (MA) — e liderança do Grupo A6. Nas oitavas de final, o Cavernão eliminou o Tuna Luso (PA) com dois triunfos, 4 a 0 na ida e 3 a 2 na volta.
Nas quartas de final, um novo confronto contra o Ceará. No jogo de ida, disputado no CT do Vozão, empate em 2 a 2. Na volta, um 3 a 0 para garantir o Atlético nas semifinais e na Série A2. “O nosso planejamento era o acesso. Depois, a gente pensaria no título, porque o mais importante do momento era o acesso para a Série A2, buscar a divisão superior”, afirma Duda.
Já com o principal objetivo da temporada garantido, o Atlético passou sem dificuldades pelo Doce Mel (BA), com um placar agregado de 6 a 1. Na final, o Cavernão sofreu a primeira derrota na Série A3. Neste mesmo jogo, Duda estirou o ligamento colateral médio, o que a tirou do jogo de volta. Mesmo com o desfalque, o Cavernão goleou por 4 a 0 e levantou a taça.
Solidez defensiva
Nos 11 jogos que o Atlético disputou na Série A3, a equipe marcou 36 gols e sofreu apenas 9. Duda é zagueira de origem, mas jogou de volante na maioria das partidas. A juiz-forana valorizou o trabalho realizado pelo sistema defensivo da equipe. “Nossa linha defensiva titular sofreu muitas mudanças durante o campeonato, mas quem entrava sempre dava conta do recado. (…) No segundo jogo da final, não consegui jogar, mas a outra volante entrou e atuou muito bem também. O grupo se fechou, e quando o grupo está fechado, nada o abate”, afirma a atleta.
Duda conta que também jogou em uma posição mais avançada do meio de campo em algumas partidas, mesmo sendo zagueira de origem. De acordo com a atleta, isso era um pedido da técnica do Atlético, Renata Costa, ex-jogadora da Seleção Brasileira com duas medalhas de prata em Olimpíadas. “Para mim, foi um desafio novo. Mas eu consegui entrar no sistema tático da Renata, da forma que ela queria, e consegui entregar o que ela esperava”, analisa.
Título inédito para o Piauí
Com o título brasileiro da Série A3, o Atlético Piauiense se tornou o primeiro clube do Piauí a conquistar uma competição nacional de futebol, tanto no feminino quanto no masculino. Duda atribui esse resultado à estrutura oferecida pelo Cavernão às atletas. “O que eles entregam para a gente é uma coisa surreal. Uma coisa que muitos times femininos precisam ter. Isso é fruto do nosso trabalho”, afirma a juiz-forana.
Duda entende que o título é importante não só para o futebol piauiense, mas também para o cenário do futebol feminino em Juiz de Fora e região. “São poucas competições (na cidade) e, quando tem, não é tão valorizada. Espero que, depois de eu ganhar um título nacional, aumente essa visibilidade. Acho que a gente pode ter um crescimento maior do olhar sobre o futebol feminino em Juiz de Fora”, almeja.
Próximos desafios
Apesar de os principais objetivos da temporada já terem sido cumpridos, a temporada para o Atlético Piauiense ainda não acabou. A equipe ainda disputa o campeonato estadual, que começa no fim de agosto, e as oitavas de final da Copa do Brasil. O Cavernão enfrenta o Red Bull Bragantino, em jogo único, no dia 17 de setembro, em Santana de Parnaíba, no interior paulista.
Tópicos: Futebol feminino
