Piloto de parapente de Leopoldina é campeão brasileiro

Túlio Sabirá conquista a categoria Open, a elite do esporte, e se prepara para competir em casa entre os dias 31 de julho e 3 de agosto


Por Davi Sampaio

20/06/2025 às 06h00

A temporada de 2025 marcou um dos momentos mais importantes na trajetória de Túlio Subirá, de 30 anos, piloto de parapente natural de Leopoldina, cidade localizada a cerca de cem quilômetros de Juiz de Fora. Após anos de dedicação ao esporte, o atleta conquistou, no início de junho, o título da primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente na categoria Open, a principal e mais disputada do país, realizada no Espírito Santo.

“Foi incrível ganhar o campeonato. Qualquer piloto deseja ser campeão nacional. O mais legal foi o carinho de toda a comunidade do voo. Recebi mensagens de todo o Brasil, uma dimensão que eu realmente não esperava”, conta Túlio, surpreso com a grande repercussão.

Acostumado aos desafios do esporte, o atleta tem uma longa história com o voo livre. Começou a participar de competições em 2012, mas precisou fazer uma pausa em 2014 por motivos profissionais. O retorno aconteceu em 2019, quando voltou ao circuito nacional e passou a competir também em etapas internacionais, com destaque para disputas do Mundial na Macedônia e na Romênia.

“Já fui campeão brasileiro nas categorias de base, mas agora, vencer a Open tem um peso muito maior. Esse ano, a ideia inicial era nem competir. Estava focado em outros projetos e na minha empresa. Mas, por incentivo dos amigos, acabei indo para a etapa de última hora, mesmo sem treinar, e tudo aconteceu da melhor forma”, destaca.

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Túlio se tornou campeão brasileiro no Espírito Santo (Foto: Arquivo pessoal)

Ao longo dos anos, Túlio desenvolveu um estilo próprio nas competições, com foco na combinação entre técnica, leitura das condições climáticas e estratégia de corrida. Além da experiência como piloto, ele atua no desenvolvimento de equipamentos para uma fábrica australiana, o que amplia ainda mais seu conhecimento sobre regulagens e ajustes finos que podem fazer diferença nos resultados. Esse domínio técnico tem sido um diferencial, principalmente em provas disputadas em condições adversas, em que cada detalhe do equipamento pode influenciar o desempenho final.

“A competição é uma corrida. São cerca de 120 atletas, com um circuito pré-determinado via GPS. Temos o horário de decolagem e largada, e a prova costuma durar de 70 a cem quilômetros, entre três e quatro horas de voo. Conhecer bem os equipamentos e saber regulá-los para diferentes condições faz muita diferença”, explica.

Leopoldina recebe etapa do Mineiro de parapente

Depois de um longo período fora do circuito estadual, Leopoldina voltará a sediar uma etapa do Campeonato Mineiro de Parapente. A competição acontece entre os dias 31 de julho e 3 de agosto e deve reunir pilotos de várias partes do país.

A escolha da cidade como sede é resultado de um trabalho conjunto entre pilotos locais, a Prefeitura da cidade e a Federação Mineira de Voo Livre. “O apoio da gestão municipal tem sido fundamental. Temos também o envolvimento de vários pilotos da região. Estamos trabalhando para melhorar ainda mais a estrutura, com obras de reforma na área de pouso e outros ajustes para receber os atletas da melhor forma possível”, afirma Túlio.

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Atleta participará de etapa do Mineiro na sua cidade (Foto: Arquivo pessoal)

O piloto garante que não sente pressão extra por competir em casa. “Levo tudo como diversão e não me importo muito se vou ganhar ou perder. O mais legal vai ser receber amigos de todo o Brasil para voar na minha cidade, onde eu sempre voei”, afirma. A expectativa é por um grande espetáculo nos céus de Leopoldina. “Esperamos um bom público na rampa, torcendo e acompanhando. Muita gente tem me procurado dizendo que está animada para rever Leopoldina e matar a saudade de voar aqui. Para quem nunca viu uma competição, tenho certeza de que vai se encantar. É um evento bonito, iluminado e que chama muita atenção”, comenta.

Além de esperar uma competição disputada, o atleta também destaca o momento de renovação do esporte na cidade. “Tem surgido um interesse novo, principalmente de atletas jovens. A ideia é que esse campeonato também sirva para atrair mais gente para o voo livre”, completa.

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