JF Vôlei encerra temporada com prejuízo, mas mira ‘voos maiores’
Apesar do déficit, temporada de retorno do projeto é considerada positiva
O JF Vôlei promoveu, na noite da quinta-feira (18), uma cerimônia no Ginásio Municipal Jornalista Antônio Marcos para realizar a prestação de contas da equipe na temporada 2023/24, que se encerrou com a eliminação nos play-offs da Superliga B para o Brasília Vôlei. No evento, foram divulgados os valores arrecadados com patrocínios, Lei de Incentivo ao Esporte, bilheteria, fun fest, sócio e produtos. Além disso, também foram revelados os gastos com a equipe profissional e despesas operacionais.
O JF Vôlei arrecadou, ao todo, R$ 754 mil com patrocínio direto; R$ 106.858,66 com bilheteria em 11 jogos que a equipe realizou no Ginásio Municipal, tanto pelo Campeonato Mineiro quanto pela Superliga B; R$ 23.505,86 com a venda de produtos, sócio-torcedor e realização de fun fests antes das partidas; além de R$ 643 mil através da Lei de Incentivo ao Esporte, seja nacional ou estadual. Porém, do montante total do benefício estatal, apenas R$ 83 mil é destinado ao time profissional, já que R$ 560 mil é aplicado nas categorias de base e em projetos sociais. Somando todos os valores, a arrecadação do JF Vôlei com o elenco principal foi de R$ 967.364,52.
Para viabilizar a participação no Campeonato Mineiro e na Superliga B, o JF Vôlei teve como gastos com a equipe profissional, que incluem pagamento da comissão técnica, de atletas, hospedagens em Juiz de Fora, gastos com viagens, taxas federativas, dentre outros, que alcançaram R$ 1.087.000. Além dos citados, a agremiação teve que arcar com gastos operacionais, que incluem arbitragem, ticketagem e ambulância, por exemplo, R$ 123.555,86. Somados, os custos chegam a R$ 1.210.555,86, fazendo com que o balanço financeiro da temporada 2023/24 termine deficitário em R$ 243.191,34.
Prejuízo não era esperado
Após a divulgação dos valores gastos e arrecadados pelo JF Vôlei, Heglison Toledo, diretor da equipe, concedeu entrevista coletiva e revelou que o déficit não estava no planejamento da temporada. “A gente imaginava uma arrecadação um pouquinho maior do que conseguimos em termos de patrocínio. Mas também apostamos em contratações de peso para que a gente pudesse ter esse resultado esportivo. Então, posso dizer que faz parte. O mais importante é que a gente conseguiu pagar toda a folha, a gente não deixou nada para trás”, relata.
Para a próxima temporada, um dos objetivos de Heglison, além do resultado esportivo, é diluir o prejuízo. “A gente vai tentar fazer isso com a captação dos recursos, novos patrocinadores, para que a gente possa, primeiro, montar uma equipe de qualidade para que a gente possa alçar voos maiores do que essa temporada, mas, ao mesmo tempo, a nossa preocupação é que a gente consiga fechar as contas com tranquilidade para que a gente não passe esse aperto toda temporada”, explica Toledo.
O principal patrocinador do JF Vôlei é a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), através da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama), que destinou ao projeto, em um acordo que engloba 2023 e 2024, R$ 700 mil. Heglison revela que a intenção é seguir com a parceira e obter novos patrocínios. “Estamos em conversas iniciais, não somente de renovação, mas também de possíveis patrocinadores para que a gente possa fazer uma equipe melhor estruturada, para que a gente possa alcançar voos maiores”, conta o diretor.
Temporada considerada positiva
Apesar do prejuízo financeiro, Heglison entende que a temporada 2023/24 do JF Vôlei foi muito positiva para o projeto. “A gente avalia também esse resgate da modalidade, do JF Vôlei, o resgate do público de assistir uma equipe competitiva que disputa uma competição de nível nacional. Esse resgate foi muito importante. As pessoas começaram a redescobrir o JF Vôlei e, principalmente, conhecer o Ginásio Municipal. Então, essa tríade patrocínio, Ginásio Municipal e público, a gente precisa fomentar cada vez mais”, analisa Toledo.
JF Esportes
Além da prestação de contas, foi realizada na cerimônia a apresentação do projeto JF Esportes, que engloba a criação de times de futsal, basquete e ginástica rítmica. “A nossa ideia é justamente dar esse contexto de formação, que é a nossa missão. Formação de qualidade, iniciação esportiva de qualidade, não somente no vôlei, mas também no futsal, basquete, e agora também de ginástica rítmica. A gente percebeu que há uma demanda reprimida e entendemos que através desse conceito a gente pode alcançar pessoas para a prática dessas modalidades com qualidade”, afirma Heglison, explicando os motivos para a criação de escolinhas de outros esportes.
Diferente das categorias de base do vôlei, que são financiadas através da Lei de Incentivo ao Esporte, as escolinhas do JF Esportes serão viabilizadas através das mensalidades. “O projeto do JF Esportes tem uma outra característica. Ele não tem o caráter do JF Vôlei, que é financiado pela Lei de Incentivo e pelo patrocínio direto. São mensalidades das escolinhas dos próprios alunos que vão fomentar o desenvolvimento do JF Esportes”, explica Heglison.
*Estagiário sob a supervisão do editor Gabriel Silva