Gustavo Saleme divide o octógono com Alex Cowboy, do UFC
A noite do último sábado (16) é daquelas que o juiz-forano Gustavo Saleme jamais vai esquecer. Personagem da primeira reportagem da série “Incríveis”, da Tribuna de Minas, ele sofreu aos 16 anos um acidente que o deixou tetraplégico, o que não o impediu de começar a treinar muay thai este ano. Como prova de que está pronto para encarar todos os desafios, Gustavo subiu para uma luta de exibição com o astro Alex Cowboy durante a 10ª edição do TR Fight, que aconteceu em Três Rios (RJ). Foram três rounds de um minuto em que ele e Alex, ambos em cadeiras de rodas, trocaram alguns golpes para delírio do público presente.
De acordo com Gustavo, a ideia de que Alex Cowboy também estive em cadeira de rodas foi do treinador do lutador, André Tadeu. Em seu perfil no Instagram, Cowboy comentou a emoção de participar do evento e elogiou Saleme por sua disposição e pelas vitórias que conquistou até hoje. Para o cadeirante, foi um momento inesquecível. “Subir no octógono foi fantástico, inexplicável, a realização de um sonho. Algo que não conseguia imaginar que poderia acontecer, mas aconteceu. Saí de lá leve, estou assim, até hoje, ainda mais que acertei o nariz dele duas vezes (risos)”.
“Eu falei: ‘me acerta a orelha, porque vou acertar você’ (risos). Aí ele relaxou e foi pra brincadeira, mas com cuidado. Não demos golpes fortes, estávamos os dois sem protetor. É uma experiência que vou levar para sempre”
Gustavo Saleme
Gustavo lembra ainda que Cowboy, logo que chegou ao local do evento, o procurou e conversou com ele, ganhando uma camisa do Cadeirantes em Ação. Em troca, ofereceu uma camisa oficial do UFC. “Ele é muito simpático, educado, humilde demais da conta, tem um olhar doce. Me ajudou a descer do octógono, só não ajudou a subir porque também estava na cadeira de rodas.”
Antes da luta, quando os atletas se reuniram para o briefing, Gustavo lembra que o treinador de Alex Cowboy, André Tadeu, elogiou o trabalho que seu professor Johnnatah Vital, fez com ele. “Ele falou da satisfação de estarmos lá e elogiou muito o Johnnatah por tudo que ele fez. Disse que não conseguiria fazer tudo aquilo sozinho se estivesse no lugar dele, que seu trabalho é excepcional.
“Esse enfrenta uma grande luta todos os dias e tem vencido todas elas até aqui, pq não é fácil ser um cadeirante em nosso país. Concluí que ele e todos os outros guerreiros cadeirantes são verdadeiros campeões, porque é dureza. Vamos olhar por eles!”Alex Cowboy
Sobre a luta em si, Saleme conta que seu adversário, a princípio, parecia estar receoso em trocar golpes, procurando apenas dar socos nas luvas. Aí ele mostrou que não estava ali para brincadeira. “Eu falei: ‘me acerta a orelha, porque vou acertar você’ (risos). Aí ele relaxou e foi pra brincadeira, mas com cuidado. Não demos golpes fortes, estávamos os dois sem protetor”, relembra, mas acrescentando que o público vibrou quando subiu ao octógono e pediu para que ele derrubasse o lutador do UFC. “Todo mundo perguntava se eu era o cara que fez o desafio, quis fazer foto comigo. É uma experiência que vou levar para sempre.”
Em sua página no Instagram, Cowboy disse que se colocou no lugar de Gustavo para viver um pouco do que ele vive. “Esse enfrenta uma grande luta todos os dias e tem vencido todas elas até aqui, pq não é fácil ser um cadeirante em nosso país. Concluí que ele e todos os outros guerreiros cadeirantes são verdadeiros campeões, porque é dureza. Vamos olhar por eles!”, disse.
