Léo Condé celebra boa fase no Vitória e fala sobre renovação
Rubro-negro tem vaga assegurada na Série A do Brasileirão de 2024; temporada tomou outro rumo após chegada do técnico

No último domingo (12), o Vitória confirmou matematicamente o acesso para a Série A, após vencer o Novorizontino, e também garantiu, na terça-feira (14), mesmo sem entrar em campo, o título da Segundona – primeira conquista nacional do clube -, com duas rodadas de antecedência. A equipe é comandada por Léo Condé, técnico natural de Piau, que possui passagens vitoriosas por Tupi, Tupynambás e Caldense no futebol mineiro. Ainda com futuro indefinido no rubro-negro, Condé concedeu entrevista à Tribuna e fez um balanço do atual momento na carreira, logo após a maior conquista de sua trajetória, na visão dele.
Léo Condé possui ótimos trabalhos em seu currículo, como o acesso para a Série C com o Tupi em 2013 e o título alagoano com o CRB, em 2017. Porém, para o técnico, a temporada de 2023 é o seu trabalho de maior destaque, apesar da importância dos outros. “Tem uma visibilidade maior pela grandeza do clube, pelo tamanho da torcida, por ser um clube de Primeira Divisão no futebol brasileiro. Mas é claro que eu guardo com muito carinho outros bons trabalhos que eu fiz. Meu início de carreira no Tupi, levar a Caldense à final do Campeonato Mineiro, meu primeiro título estadual à frente do CRB, o acesso que eu consegui da C para B com o Novorizontino e o Botafogo de Ribeirão Preto. São trabalhos que eu guardo com grande carinho”, afirma.
Léo Condé assumiu o Vitória em de fevereiro, após um início ruim de temporada do rubro-negro baiano, com campanhas fracas e eliminações precoces na Copa do Nordeste e Campeonato Baiano. Apesar das desclassificações, o técnico acredita que o tempo sem jogos até o início da Segundona foi fundamental para o desempenho atual da equipe. “A gente teve cerca de 40 dias de preparação para a Série B, e fizemos alguns ajustes no elenco. Tive tempo para colocar minhas ideias no dia a dia de trabalho e a gente conseguiu iniciar muito bem a competição, com cinco vitórias seguidas, o que nos deu uma certa tranquilidade ao longo da competição”, comenta.
Das 36 rodadas disputadas, o Vitória esteve fora do G-4 apenas em duas. Um dos fatores, segundo Condé, que levaram o Leão da Barra a ter essa constância durante o campeonato é o equilíbrio. “É algo que eu trabalho muito. Gosto das minhas equipes equilibradas, que elas marquem bem, mas que também ataquem o adversário de forma estruturada e organizada”, destaca Léo.
Léo Condé considera que, na Série B, apesar da campanha irretocável do Vitória, a equipe não possui um diferencial em relação a outras equipes, já que “é uma competição em que a maioria dos clubes tem um investimento muito parecido”, na visão dele. Porém, o técnico entende que a estrutura do rubro-negro, juntamente com a mudança de rota no planejamento da temporada, contribuiram para o sucesso do Leão na divisão de acesso. “O clube tem uma representatividade grande, principalmente em termos de torcida, e está muito bem ajustado no dia a dia. Possui uma boa estrutura de trabalho, um plantel bem mesclado, com jogadores jovens e experientes”, analisa.
Permanência incerta
O contrato de Léo Condé com o Vitória termina no final deste ano. Mesmo com o acesso do clube à Série A e o título da Série B assegurado, as partes ainda não se reuniram para chegar a um acordo de renovação, segundo o técnico, mas há um otimismo dos dois lados para a continuidade do trabalho. “A gente está muito focado aqui nesta reta final. Tanto da minha parte quanto da direção, a gente está totalmente focado para terminar (o campeonato) e depois, sim, avaliar a continuidade do trabalho”, afirma Condé. O presidente do rubro-negro, Fábio Mota, revelou, em entrevista concedida em outubro ao podcast do ge “Segue o BAba”, o desejo de continuar com Léo no cargo para 2024. “Se subir para a Série A, permanece para a Série A”, garantiu o mandatário.
Satisfação por representar JF
Mesmo sem trabalhar no futebol mineiro desde 2015, quando chegou ao vice-campeonato estadual com a Caldense, Condé afirma que acompanha os clubes da região de Juiz de Fora, e lamenta o atual panorama do esporte local. “Eu fico na torcida para que, o quanto antes, o futebol da cidade possa voltar a figurar na Primeira Divisão do futebol mineiro e também voltar a disputar competições nacionais”, deseja o técnico do Vitória.
Léo ainda lembra de nomes como Binha e Geraldinho, que participaram da formação dele no futebol do Tupi, além das demais experiências que contribuíram para que ele chegasse ao Vitória.O técnico também compreende que, por ter conseguido se consolidar dentre as equipes tradicionais do futebol brasileiro, principalmente na região Nordeste, seu trabalho e sua trajetória pode servir de inspiração para profissionais da região que almejam chegar aos principais clube do Brasil, seja como técnico ou jogador. “Sei que represento vários treinadores que iniciaram nas categorias de base. Represento também vários bons profissionais da cidade, vários atletas que trabalharam comigo no Tupi, dirigentes… É uma satisfação enorme representar todas essas pessoas que gostam de futebol”, diz.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva