JF recebe Campeonato Brasileiro de Dança em Cadeiras de Rodas
Evento ocorre no fim de semana com atletas até do México; Mostra Nacional ainda acontece nesta sexta
O Ginásio da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da UFJF sediará, neste sábado (19), às 17h, o 18º Campeonato Brasileiro de Dança em Cadeiras de Rodas, competição que reunirá equipes de seis estados brasileiros e oito paratletas do Comitê Paralímpico do México. Antes do certame, a cidade ainda vai receber a Mostra Nacional de Dança em Cadeiras de Rodas, nesta sexta (18), às 17h, no Independência Shopping. Os eventos são abertos ao público.
Na competição, os estados do Pará, Sergipe, Paraíba, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo serão representados. Além dos mexicanos do Comitê Paralímpico, atletas de Cabo Verde, na África, também participarão. As equipes irão se apresentar nas categorias single, duo e combi, nas quais serão avaliadas por jurados especialistas.
A Mostra Nacional, por sua vez, irá levar o tema da inclusão através do esporte, e também será uma maneira de apresentar os paratletas àqueles que transitarem pelo shopping. “Quem prestigiar os eventos, verá um verdadeiro show. Todos os grupos estão muito concentrados e fizeram ótimos trabalhos para poder presentear o público”, projeta o dançarino Waldir Gomes da Silva, integrante da Companhia Roda Viva, da Paraíba, e tricampeão brasileiro da categoria single avançado.
Outras atividades
É a quarta vez que Juiz de Fora recebe apresentações do esporte, fruto da parceria entre o Núcleo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e Ensino a Distância (Ngime) da UFJF e a Confederação Brasileira de Dança em Cadeiras de Rodas (CBDCR). Como resultado do trabalho conjunto, a Faefid também terá uma série de atividades para acadêmicos durante o final de semana, como aulas práticas, oficinas e apresentações alusivas ao esporte inclusivo.
Entre as oficinas, a discussão sobre esportes em cadeiras de rodas foi destacada pela coordenadora e pesquisadora do Ngime, Eliane Ferreira. “Independente da modalidade esportiva ou artística, é importantíssimo trabalhar o manejo da cadeira de rodas, então essa é uma oficina excepcional para se fazer, além dos vários outros esportes paralímpicos que são desenvolvidos aqui”, aponta Eliane, que também foi uma das responsáveis pela fundação da CBDCR.
“A estratégia nossa de estar aqui, é porque nós vamos levar o meio acadêmico, que quer aprender, para que eles estejam nas próximas competições. Nós sabemos que, através dessas pessoas, nós podemos mudar o olhar da população em geral”, analisa a presidente da CBDCR, Luciane Rodrigues.
Expectativa para tornar o esporte paralímpico
Em setembro, a Companhia Nosso Jeito, do Pará – que também estará no Brasileiro – foi vice-campeã mundial na categoria freestyle, em torneio na Rússia. O título, para a presidente da CBDCR, é um indicativo das perspectivas positivas guardadas para o país no esporte, mas a maior expectativa é pela inclusão da modalidade nos Jogos Paralímpicos, possivelmente já como mostra em Tóquio 2020.
Segundo Eliane Ferreira, o Brasil faz parte de um dos países que lideram a profusão do esporte na América Latina, o que possibilita a participação dos atletas mexicanos no evento do final de semana. “Para tornar o esporte paralímpico, os cinco continentes tem que ter representatividade. Nesse sentido, o compromisso de desenvolver o esporte na América Latina é do Brasil em conjunto com o México. Esse é o último evento que será brasileiro, os próximos serão brasileiro e campeonato da América Latina”, explica.
Em vias de o esporte tomar uma outra dimensão, a presidente do CBDCR projeta que o Brasil esteja na ponta durante a transição. “O que eu espero é que a gente possa pontuar essa troca de experiência, mas que a gente possa estar lá fora como um país que detenha técnica, um país competitivo e como um país que estamos rumo a oficializar a dança em cadeira de rodas como esporte”.