ConheƧa Max Alves, juiz-forano que assinou contrato profissional com o Flamengo
Em momento mĆ”gico de sua vida, jovem de 19 anos do Bairro Dom Bosco serĆ” pai e tem na famĆlia a inspiraĆ§Ć£o
Max Alves. Se vocĆŖ costuma acompanhar o futebol local, sobretudo na base, mas nĆ£o se recorda deste nome, grave na memĆ³ria. Se vocĆŖ Ć© flamenguista ou mesmo apaixonado pelo esporte, idem. Aos 19 anos, o jovem juiz-forano, de famĆlia do Bairro Dom Bosco, assinou, nesta semana, seu primeiro contrato profissional no Rubro-Negro carioca.
Atleta do sub-20 do Flamengo, Max Ć© meia de criaĆ§Ć£o e jĆ” tem se destacado na GĆ”vea hĆ” uma temporada por sua habilidade e capacidade tĆ©cnica. “EstĆ” sendo uma experiĆŖncia enorme, porque nunca tive uma estrutura dessa na minha vida. Quando cheguei no Flamengo tudo mudou. Minha cabeƧa tambĆ©m. Estou muito mais concentrado, querendo trabalhar firme para dar o melhor para a minha famĆlia e me dedicando cada vez mais”, comemora o meia canhoto.
Max iniciou sua trajetĆ³ria no futebol de campo pelo Dom Orione. “Era treinado pelo Rafael Monteiro e de lĆ” fui para o Futebol UFJF. Fiquei alguns anos, disputei a segunda divisĆ£o do Mineiro de base e cheguei a defender o Uberabinha tambĆ©m, atĆ© quando tinham parceria com a UFJF. AĆ tive um tempo no A.M.D.H. (AssociaĆ§Ć£o Mineira de Desenvolvimento Humano, de Betim) e voltei para Juiz de Fora jogando no Tupi”, contou.
No Galinho, pela categoria sub-20, Max foi peƧa essencial na caminhada histĆ³rica que resultou no vice-campeonato mineiro de 2019 e na ida atĆ© a terceira fase da Copa SĆ£o Paulo de Futebol JĆŗnior deste ano. Nesta Ćŗltima competiĆ§Ć£o, inclusive, ele jĆ” vestiu a camisa 10 do Tupi, mesmo nĆŗmero que tem usado em algumas partidas pelo sub-20 do Flamengo. Sua ida do Alvinegro de Santa Terezinha ao time da GĆ”vea nĆ£o rendeu quantia financeira ao clube local.
Dentro das quatro linhas, Max quase sempre atuou pelo meio-campo, mas em diferentes funƧƵes. “O professor Wesley Assis, no Tupi sub-20, sempre me colocava de meia-atacante, mas cheguei a atuar tambĆ©m como primeiro volante e fui bem. Me destaquei e, ainda no Mineiro, cheguei a atuar atĆ© de ponta-esquerda. JĆ” no Flamengo tem variado, mas jogo mais no meio mesmo”, explica.
Treino com os profissionais
Na Ćŗltima quinta-feira, Max viveu nova experiĆŖncia que certamente nĆ£o irĆ” esquecer e leva como combustĆvel para seguir evoluindo em sua ascendente e promissora carreira. “Treinei com os profissionais. Meu sonho Ć© chegar lĆ” e estar do lado dos caras. Ficar nos profissionais do Flamengo seria um momento maravilhoso, com o Gabigol, Gerson e tantos outros. E Ć© um clube maravilhoso, todos me trataram muito bem desde que cheguei”, destaca o juiz-forano que jĆ” vem sendo observado pelo tĆ©cnico DomĆØnec Torrent e demais integrantes do estafe rubro-negro.
O meia GĆ©rson, aliĆ”s, Ć© um dos espelhos de Max em campo. “No Flamengo Ć© ele, porque ajuda na marcaĆ§Ć£o e na criaĆ§Ć£o, caracterĆsticas que eu tenho como jogador tambĆ©m, mas claro que sem comparar. E tambĆ©m assisto muitos vĆdeos do Messi, do Neymar, que gosto bastante”, conta o juiz-forano.
Inspirado pela famĆlia e pelo futuro de Heitor
De origem humilde, Max vĆŖ no talento e esforƧo diĆ”rio no mundo do futebol uma chance de subir o patamar de suas condiƧƵes e das pessoas ao seu redor. Por isso deixou sua mĆ£e, Ćngela da ConceiĆ§Ć£o em Juiz de Fora, rumo ao brilhantismo nos campos da Cidade Maravilhosa.
“Ć minha mĆ£e que sempre estĆ” comigo, me mandando mensagem, atĆ© porque estou aqui por ela. Ć uma felicidade poder conquistar novas coisas tambĆ©m para ela”, destaca o jovem de 19 anos, que perdeu seu pai, Altair Aparecido, prematuramente, ainda na adolescĆŖncia, no ano de 2013. Ainda assim, traz consigo recordaƧƵes que servem de mola propulsora na Ć”rdua caminhada de um sonhador com a bola no pĆ©.
“Meu pai, por mais que nĆ£o tive muito contato com ele, Ć© minha inspiraĆ§Ć£o tambĆ©m. Ele vendia picolĆ© nas ruas, todo mundo conhecia na regiĆ£o. Ele sempre ia em casa e me falava para acreditar no meu potencial e que queria me ver jogar no Flamengo. Levei isso para dentro de mim. Toda vez que entro em campo, agradeƧo a Deus por meu pai e por minha famĆlia, sempre me apoiando”, revela o talento rubro-negro.
Mas o momento mĆ”gico de Max Ć© comemorado tambĆ©m por outro motivo para lĆ” de especial. A namorada Poliana estĆ” gravida e eles serĆ£o pais do menino Heitor. “Ć uma felicidade enorme. Ć claro que a responsabilidade aumenta, mas estamos todos felizes, minha mĆ£e tambĆ©m ficou e minha famĆlia sempre Ć© um incentivo. Vou trabalhar bastante para ver ele bem sempre e conseguir dar aquilo que eu nĆ£o tive.”
ApĆ³s superar tantas dificuldades, Max parece valorizar cada pingo de alegria e, principalmente, a companhia daqueles que estĆ£o com ele desde o comeƧo. “Tenho que agradecer a muitas pessoas, como ao RĆ©gis (de Oliveira), meu empresĆ”rio, que me conheceu quando em Betim, em 2016, quando ainda jogava na AMDH. Ele foi ver um amigo meu, o Kassinho (juiz-forano ex-AmĆ©rica, Tupi e seleĆ§Ć£o brasileira de base), e acabou que eu fui muito bem, estava com a camisa 10. O RĆ©gis gostou de mim e acabou virando meu empresĆ”rio. Depois disso ainda conheci pessoas como o Evandro, empresĆ”rio do Rio que me dĆ” muita forƧa e nĆ£o posso deixar de mencionar”, agradece Max.