Circulação de ônibus será reduzida em Juiz de Fora
Crise no abastecimento leva empresas a diminuir o quantitativo de veículos nas ruas a partir desta quinta
A greve dos caminhoneiros em todo o país já afeta o transporte coletivo urbano em Juiz de Fora. A partir desta quinta-feira (24), as empresas responsáveis pelo serviço irão racionalizar o atendimento à população, reduzindo o quantitativo de veículos nas ruas das 9h às 16h e a partir das 20h até o final da operação. Fora desse horário, a circulação normal estará mantida. A decisão foi tomada em reunião com a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) e os Consórcios Integrados do Transporte Urbano (Cinturb) na tarde de quarta-feira.
No encontro, empresários do setor comunicaram a necessidade iminente de uma racionalização dos horários de ônibus do transporte coletivo em Juiz de Fora, devido ao desabastecimento de combustível. Em nota, a Settra informou que a racionalização é necessária para que não haja a interrupção total do serviço. A secretaria disse, ainda, que um comitê foi instalado para o acompanhamento da situação.
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Em entrevista à Tribuna, o prefeito Antônio Almas (PSDB) demonstrou preocupação diante do quadro atual. Ele afirmou que os secretários municipais foram orientados a acompanhar a situação “a cada hora”, em face da possibilidade de a greve trazer mais prejuízos para a cidade. De acordo com ele, o maior receio é que, caso a paralisação continue nos próximos dias, outros serviços básicos, que incluem a coleta de lixo e o abastecimento de produtos de alimentação, como hortifrutigranjeiros, possam ser comprometidos.
“Podemos fazer muito pouco, visto que a paralisação e as manifestações têm origem em insatisfações contra o Governo Federal.” Ele destacou, no entanto, que está em contato com as secretarias, inclusive, para monitorar reservas de combustíveis e possibilidades que possam ser adotadas, caso seja verificado problemas no abastecimento.
Ônibus de viagem
Já no Terminal Rodoviário Miguel Mansur, em Juiz de Fora, as viações Util, que tem como carro-chefe a linha Juiz de Fora-Rio, e a Única, que liga a cidade a vários municípios fluminense, reduziram o número de viagens a partir desta quarta-feira diante do risco de faltar combustível. Dois horários de saída do final da manhã foram cortados, e as empresas estão tentando recolocar os passageiros em outros períodos. Em comunicado postado em seu site oficial, a Única confirmou que está operando em horários irregulares em função do desabastecimento.
A situação se repete na viação Progresso, que tem linhas para diversas cidades da região, como Três Rios (RJ). Em comunicado fixado em um dos pontos de venda, a empresa avisa que a partir desta quinta-feira (24), os ônibus circularão em horário reduzido.
Táxis e aplicativos
O presidente eleito do Sindicato dos Taxistas, José Moreira de Paula, disse que, por enquanto, o serviço de táxi na cidade não está afetado, mas que, desde cedo, a orientação nos grupos de WhatsApp da categoria é que garantam o abastecimento nos postos, em função do risco de o combustível acabar. “Hoje temos pouquíssimos táxis a gás em Juiz de Fora. A frota, em sua maioria, utiliza álcool e gasolina. Por isso está havendo uma correria aos postos. Sem combustível, não temos como trabalhar.”
Já o vice-presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Juiz de Fora (Amoaplic/JF), Sóstenes Josué, afirma que os problemas no abastecimento já afetam cerca de 40% dos veículos desse setor. “Tem muito carro parando ou por falta de combustível, por não ter conseguido abastecer, ou pelo preço que já está a gasolina, de achar inviável rodar com esses valores”, afirma. Sóstenes acredita que, caso a situação persista, o número de carros afetados poderá chegar a 80% em toda a cidade. “Só não vai atingir tudo porque existe muito carro rodando com gás”, afirma.
Samu pode ter atendimento comprometido
Os serviços de saúde de Juiz de Fora e outras 93 cidades mineiras também poderão ficar comprometidos por conta da greve dos caminhoneiros que já dura 72 horas. De acordo com nota enviada pela assessoria do Consórcio Intermunicipal de Saúde para Gerenciamento da Rede de Urgência e Emergência da Macro Sudeste (Cisdeste), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) poderá ficar prejudicado com o prolongamento da paralisação dos caminhoneiros. “A situação poderá comprometer o atendimento ao usuário da saúde pública na macrorregião”, diz a nota. Já a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a questão do abastecimento não afetou o serviço e que o deslocamento está regularizado até o momento.